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Dez anos de ideias inovadoras

O Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH) São Paulo completa dez anos de atuação nas relações bilaterais Brasil-Alemanha.

Christine Wollowski, 09.05.2022
As DWIH promovem a cooperação internacional na pesquisa
As DWIH promovem a cooperação internacional na pesquisa © Gorodenkoff Productions OU

 

Em São Paulo, Brasil, encontra-se o primeiro e até agora único Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH) do hemisfério sul da Terra. Neste ano, ele celebra o seu 10º aniversário. Esse centro, dirigido pelo Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) e financiado pelo Ministério das Relações Externas da Alemanha, vem promovendo desde 2012 as relações e o intercâmbio entre instituições científicas da Alemanha e do Brasil. Além disso, o DWIH representa a Alemanha como “País das ideias” tanto nesse país como também em seis outros Estados, em cidades como Nova York, Nova Délhi ou Tóquio.

Um centro para muitos parceiros

Neste ano de 2022, dez anos depois da sua fundação, trabalham lá, em 345 metros quadrados, quatro funcionários permanentes, assistentes de projeto e praticantes. Ao lado do DWIH, as organizações parceiras têm escritórios próprios. Seis dos 27 parceiros estão representados no centro. A Freie Universität de Berlim foi a primeira a ser representada lá, a partir de 2012, e a última, no ano passado, foi a Sociedade de Cooperação Internacional (GIZ), que se tornou em 2021 parceira do DWIH, possuindo, por sua parte, uma sólida rede social no Brasil. Já desde o começo da sua nova parceria, o DWIH São Paulo e a GIZ vêm organizando juntos webinários para a descarbonização do setor da aviação, com a intenção de propagar as inovações correspondentes no Brasil.  

Cientistas alemães viajam para o Brasil, visitando o DWIH para se interconectar ou desenvolver novos projetos de cooperação com os seus colegas brasileiros ou empresas brasileiras. “Precisamente na América Latina, o contato pessoal é indispensável para se adquirir uma base de confiança”, explica Jochen Hellmann, diretor do DWIH e responsável pelo planejamento estratégico do centro. “Diálogos digitais podem ser complementares, mas não podem substituir o contato pessoal. Ultimamente, tivemos que lidar muito com a pandemia e também com a crise política e econômica, tanto que agora se torna mais importante ainda poder realizar os primeiros eventos com a presença das pessoas”.

Os eventos sensibilizam a opinião pública para o trabalho do DWIH.
Os eventos sensibilizam a opinião pública para o trabalho do DWIH. © DWIH

“É muito diferente estar presente no local, estabelecer relações de confiança, poder possibilitar o contato em ambas as direções e promover, de maneira não burocrática, as parcerias dentro do sistema científico alemão”, confirma Christina Peters, diretora do escritório latino-americano da Sociedade Alemã de Pesquisa (DFG), outra organização parceira do DWIH. Já se pode constatar que a presença do centro na maior metrópole brasileira produziu êxitos, pois o número de cooperações universitárias entre os dois países quase se duplicou desde a instalação do DWIH, o que também aconteceu com o número de publicações científicas feitas conjuntamente. “O DWIH adquiriu enorme importância e representatividade. Não houve apenas uma expansão das nossas atividades, mas estão também surgindo cada vez mais obrigações externas, como as solicitações de pesquisadores, de empresas ou de organizações de eventos. Responder às necessidades de todos está sendo, no momento, o maior desafio no dia-a-dia do escritório”, declara Marcio Weichert, coordenador do centro desde 2012.     

DWIH elege o inventor do ano

Desde 2013, o DWIH vem organizado o Falling Walls Lab, um concurso brasileiro que promove sobretudo as ideias de jovens pesquisadores, tornando-os conhecidos internacionalmente. Em 2020, Jonas Cunha da Silva , um jovem engenheiro do norte do Brasil, foi eleito o inovador do ano, por transformar cascas de frutas em bioplástico líquido transparente. Passado em frutas e legumes, esse material, que não se consegue ver a olho nu,  funciona como uma película protetora, prolongando por longo tempo a vida útil desses meios alimentícios. O vencedor brasileiro do concurso vem para a final internacional em Berlim, com viagem paga pelo DWIH, aumentando assim consideravelmente as chances de um financiamento da sua ideia.

José Augusto Stuchi ganhou em 2016 o primeiro lugar com o seu equipamento “Retinógrafo portátil”, que serve para realizar exames oftalmológicos. Contando com a promoção da  instituição brasileira de fomento à pesquisa acadêmica FAPESP, da empresa Samsung e de outros patrocinadores, a sua startup “Phelcom Technologies” pôde introduzir no mercado brasileiro a sua invenção em 2019.  Com o “Phelcom Eyer”, ligado a um smartphone, já foram examinados milhares de olhos, cujos diagnósticos podem também ser feitos por telemedicina.

Um grupo forte, liderado por Jochen Hellmann (centro)
Um grupo forte, liderado por Jochen Hellmann (centro) © DWIH

 “É uma grande satisfação contribuir econômica e socialmente para um mundo mais sustentável,  tendo por base o desenvolvimento científico e as inovações sociais e tecnológicas”, diz o coordenador Marcio Weichert. O desejo do diretor Jochen Hellmann para o futuro é que mais startups alemãs do setor de pesquisa procurem parceiras no Brasil: “Este país é infinitamente interessante para a pesquisa, se pensarmos na energia solar. Em geral, é ainda muito pouco o interesse alemão e europeu pela América Latina. Mudar isto é para mim um objetivo de vida”.  

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