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Correctiv contra notícias falsas

A rede de pesquisas Correctiv lança na internet uma escola de jornalismo para todos – e combate as notícias falsas nas mídias sociais.

03.02.2017
© dpa

Quanto custou a reforma da escola? Quem financiou a festa da cidade? E quais centros juvenis estão na lista dos cortes? Os cidadãos na Alemanha têm o direito a determinadas informações. Apesar disso, é preciso saber como se pode obter tais informações – nem sempre é fácil descobrir os caminhos da burocracia. A ajuda vem agora através da rede de pesquisas Correctiv. O grupo de jornalistas criou uma “academia virtual para o jornalismo de utilidade pública”. Primeira lição: os direitos à informação.

Que a escola de jornalismo “para todos” teve seu lançamento exatamente agora, não é um acaso. Sua criação ocorre numa época em que os populistas reclamam da suposta impotência dos cidadãos em relação a uma arrogante elite da política e da mídia. A isso soma-se o fenômeno das notícias falsas: mentiras disfarçadas de notícias, que servem com frequência a objetivos de propaganda. Os jornalistas de Correctiv querem combater isso. Sua mensagem: o cidadão não é de nenhuma maneira impotente em relação ao Estado. Ao mesmo tempo, os ativistas da mídia fortalecem a confiança num jornalismo profissional, independente – mostrando como os jornalistas sérios pesquisam e trabalham.

Cooperação com o Facebook

Mas Correctiv também não está livre de controvérsias. A iniciativa, que é financiada sobretudo através donativos e verbas de fomento de fundações, acertou recentemente uma cooperação com o Facebook: ela visa ajudar a descobrir notícias falsas na rede social, marcando-as explicitamente. O Facebook já coopera de forma semelhante com a agência Associated Press ou com o portal FactCheck.org. Quando Correctiv divulgou a cooperação, no início de 2017, houve muita aprovação nas mídias sociais e, ao mesmo tempo, também graves críticas. Falou-se de censura e de “métodos do Stasi” (polícia política da extinta RDA). David Schraven, gerente de Correctiv, defendeu o engajamento. “As notícias falsas – exatamente no Facebook – são já agora uma grande ameaça à nossa sociedade. E nós tememos que essas ameaças se tornarão ainda mais intensas nos próximos meses”. Ele está satisfeito que os responsáveis da rede social queiram fazer algo contra isso. “E nós nos alegramos de poder participar disso”.

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