Wadephul a favor do início do processo de dois estados
Pouco antes do início da Assembleia Geral da ONU, a Alemanha endurece o tom em relação ao governo israelense e exige o início de um processo de dois estados com os palestinos.

Berlim (dpa) - O ministro das Relações Exteriores, Johann Wadephul (foto), critica a ofensiva militar israelense na cidade de Gaza como um caminho totalmente errado e exige o início de um processo de dois estados com os palestinos. “Para a Alemanha, o reconhecimento de um estado palestino está mais para o final do processo, mas esse processo precisa começar agora”, destacou Wadephul antes de partir para o debate geral da ONU em Nova York.
“Nosso objetivo é um estado palestino. Defendemos a solução de dois estados. Não há outra maneira”, disse o ministro das Relações Exteriores. No entanto, isso deve ser alcançado por meio de negociações.
“Ninguém deveria, neste momento, adotar uma política de tentar forçar algo. O caminho do diálogo, do equilíbrio e das negociações permanece sendo a via intermediária, difícil e árdua. Mas é esse o caminho que a República Federal da Alemanha defende”, destacou Wadephul.
Wadephul participará esta tarde de uma conferência organizada pela França e pela Arábia Saudita para reforçar a solução de dois estados entre Israel e os palestinos.
O governo federal exige há muito tempo uma solução de dois estados negociada entre israelenses e palestinos, na qual judeus e palestinos vivam pacificamente lado a lado em dois estados separados. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o grupo islâmico Hamas rejeitam essa proposta.
Wadephul alerta para a anexação de territórios ocupados
“O que a região precisa agora é de um cessar-fogo imediato, muito mais ajuda humanitária para a população de Gaza e a libertação imediata e incondicional dos reféns”, exigiu Wadephul. A ofensiva israelense contra a cidade de Gaza é o caminho errado.
“Quaisquer medidas que levem a uma anexação de territórios ocupados contrária ao direito internacional também prejudicam a possibilidade de uma solução duradoura para o conflito”, alertou ele.
Na véspera do debate geral da ONU com chefes de estado e de governo de todo o mundo, mais países pretendem reconhecer a Palestina como estado na segunda-feira. Além da França, países como a Bélgica e a Nova Zelândia também anunciaram ou sugeriram o reconhecimento, apesar da resistência de Israel. A Grã-Bretanha, o Canadá e a Austrália foram as primeiras grandes nações econômicas ocidentais a anunciar essa medida, principalmente simbólica, já no domingo.