Formação de engenheiro em Tucumán e Biberach
O Centro Universitário Alemão-Argentino (DAHZ) deve fomentar a cooperação e remover os obstáculos.

O cientista alemão que desejasse trabalhar numa universidade argentina enfrentava até agora, com frequência, um sério problema. A universidade não reconhecia seu diploma universitário alemão, nem seu doutorado, e exigia até mesmo que cursasse o ensino médio argentino. Um novo programa bilateral, o “Centro Universitário Alemão-Argentino” (DAHZ), deverá fomentar explicitamente a cooperação científica. O interessante projeto educacional estabelece contato entre as universidades em cidades, que não têm, sob outros aspectos, muita coisa em comum – por exemplo, a alemã Biberach e a argentina Tucumán.
Doze universidades alemãs e 15 argentinas participam inicialmente do projeto. Cinco cursos binacionais com certificados duplos recebem entretanto o fomento completo. A Universidade Nacional em Tucumán e a Escola Superior Técnica de Biberach, por exemplo, oferecem um curso de Master em Engenharia; a Universidade Nacional de Córdoba e a Bauhaus Universität Weimar, um doutorado em Urbanismo Regional. A Escola Superior Técnica de Mainz, em conjunto com a Universidade de Ciências Empresariais e Sociais de Buenos Aires, desenvolveu um curso de Master em Comércio Internacional; a Universidade Estatal de Rosario coopera com a Georg-August-Universität Göttingen em Biologia Molecular e a Universidade Estatal de San Luis, com a Escola Superior Bonn-Rhein-Sieg, no setor de sistemas eletrônicos para a economia agrária. Até o final de 2014, deverão ser criados outros cinco cursos universitários.
Na videoconferência em que a presidente argentina Cristina Fernández de Kirchner apresentou, em julho de 2013, o programa científico bilateral, ela relembrou que a iniciativa partira do seu falecido esposo e antecessor no cargo, Néstor Kirchner. O programa de parceria público-privada é financiado pelos governos alemão e argentino com um milhão de euros cada um, bem como pela Associação Científica de empresas alemãs na Argentina, da qual fazem parte firmas como Allianz, Bayer, Boeh ringer Ingelheim, Lufthansa, Mercedes-Benz, Siemens e Volkswagen. Já em março de 2010, quatro universidades alemãs e argentinas tinham lançado a pedra fundamental para a cooperação. No final de 2012, foi criado formalmente o DAHZ, numa solenidade na embaixada alemã em Buenos Aires. No lado alemão, participam do projeto o Ministério Federal de Educação e Pesquisa (BMBF) e o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD), bem como as respectivas universidades. Os parceiros na Argentina são o Ministério de Ciência e Educação, além dos representantes das universidades.
Atualmente, cerca de 50 universitários e doutorandos alemães e argentinos estão matriculados nos cursos do DAHZ já em funcionamento. Deles, 14 iniciaram a sua estadia no exterior. Até o final de 2014 deverão ser então 37. Outras cooperações universitárias deverão fazer com que aumente o número de universitários que participam dos cursos do DAHZ. ▪
Josef Oehrlein