Assim soa o mundo
Pesquisadores de música dão início a um extraordinário projeto de análise da diversidade dos ruídos.
Simplesmente fechar os olhos e concentrar-se nos ruídos. O que se pode ouvir? Emaranhado de vozes e passos na rua, em meio disto, o trinado de um bando de pardais e, em algum lugar bem atrás, um chiar estridente. Talvez o bonde. O mundo está cheio de ruídos. O silêncio não existe nem mesmo nas mais distantes paisagens.
Um grupo de trabalho do Instituto de Ciência da Música da Universität Freiburg pretende registrar digitalmente a enorme diversidade dos sons. Para tanto, os jovens pesquisadores estão desenvolvendo uma plataforma de internet acessível ao público. Tão logo ela esteja on-line, todos podem participar. Só se precisa de um smartphone. O usuário grava um ruído interessante, transmitindo-o ao portal junto com os dados exatos da localidade via GSM, o que seus inventores chamam de “Sound Caching”, ou seja, é enviada uma curta descrição do registro, isto é, do que se trata e como soa.
O projeto “Sound Caching”
“No nosso meio ambiente, nós nos orientamos muito nos ruídos”, diz o diretor de estudos Rainer Bayreuther. “Pretendemos pesquisar essa circunstância”. Esse projeto trabalha segundo o princípio de um vulgo laboratório real. A condição dos testes deve mudar constantemente, segundo o que acontece na plataforma, como os participantes tratam das possibilidades e, por exemplo, quais preferências eles têm. Os sons recolhidos não são importantes apenas para a ciência (da música), mas também para a pedagogia de museus.
O grupo de Freiburg foi um dos ganhadores do Prêmio Alemão Universitário de 2014, no valor de 10 000 euros, que serviu para dar um impulso financeiro ao projeto. Este é promovido pela Fundação Strecker, sediada em Mainz. Além disso, estão sendo feitas negociações com parceiros potenciais da indústria e da cultura. Essa plataforma de internet estará provavelmente on-line no começo do verão europeu de 2015.