A Academia Barenboim-Said
Em Berlim, a escola superior de música Academia Barenboim-Said inicia suas atividades.
Yamen Saadi, de Nazaré, tem 19 anos de idade e toca violino; a israelense Shira Majoni, de 26 anos, toca viola. Nas apresentações, os dois músicos tocam frequentemente lado a lado; nas aulas do seu curso, irão sentar-se praticamente juntos, dentro em breve. Em 17 de outubro de 2016, a escola superior de música Academia Barenboim-Said inicia as suas atividades em Berlim. A Academia liga a formação musical com o aprendizado acadêmico para os músicos talentosos árabes e israelenses. 30 estudantes darão início ao primeiro semestre da formação de três anos. Posteriormente, até 90 músicos deverão estudar lá.
Vídeo: The Federal Foreign Office’s Open House Day 2016 with Yamen and Shira
“Temos disciplinas humanistas como Teoria Musical e Harmonia, mas também Filosofia, Literatura e História. O fato de estudarmos todos juntos é um conceito para o futuro”, descreve a musicista Shira Majoni. A ideia de superar barreiras tocando música conjuntamente foi desenvolvida por Daniel Barenboim, diretor musical da Ópera Estatal de Berlim e presidente da Academia, e o cientista literário palestino-americano Edward W. Said, em 1999, com a West-Eastern Divan Orchestra. Eles fundaram o conjunto composto em partes iguais de músicos israelenses e árabes e que conquistou entrementes uma fama excelente, graças aos seus numerosos concertos em todo o mundo. A fundação da Academia Barenboim-Said, no ano de 2012, elevou o projeto a um novo nível.
Projeto pioneiro de reconciliação
Os custos de 33,7 milhões de euros para a construção da Academia foram divididos entre o governo federal alemão e patrocinadores privados. No terreno do antigo arquivo da Ópera Estatal de Berlim foram construídos não apenas salas de ensaio e de seminários, mas também um auditório de música de câmara com mais de 620 lugares. 20 milhões de euros, bem como os recursos para os atuais custos de manutenção, são provenientes do orçamento da ministra estatal de Cultura e Mídia, Monika Grütters.
“A paz é possível”
“Um convívio pacífico das culturas do Oriente Próximo, marcado pelo respeito mútuo, parece hoje mais utópico que nunca”, afirma a ministra estatal Grütters. “Tanto mais arrojada nós consideramos a visão deste projeto cultural pioneiro de reconciliação, que agora aqui em Berlim, num lugar protegido, longe da guerra e da crise cotidiana, transforma jovens em embaixadoras e embaixadores da ideia: A paz é possível! ”. O apoio pode ser compreendido “inteiramente como uma contribuição da República Federal da Alemanha ao processo de paz no Oriente Próximo”. O Ministério das Relações Externas apoia o projeto com quatro milhões de euros para bolsas de estudo e para a ampliação das atividades universitárias.
Início dos cursos na Academia Barenboim-Said, em 17 de outubro de 2016
