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Somos todos designers

O visionário da internet Chris Anderson manifesta-se sobre o futuro da impressão em 3-D.

14.01.2014
© Joi Ito/flickr - Chris Anderson

TUDO É POSSÍVEL

As impressoras 3-D ainda estão no início do seu desenvolvimento. Em dez ou 20 anos, elas serão rápidas e silenciosas e poderão imprimir com muitos materiais diversos, do plástico à celulose e até mesmo gêneros alimentícios. Elas terão vários cartuchos de cor, como as impressoras de jato de tinta, e poderão imprimir o mesmo número de cores compostas.

TUDO É COPIADO

Podemos copiar a realidade, pelos menos na qualidade de um requisito de filmagem de Hollywood. A definição vai melhorar cada vez mais. […] O próximo passo será dado abaixo da superfície: será copiada não apenas a forma, mas também a função.

PRIMEIRO A IMPRESSÃO, DEPOIS A MORAL

Hoje se pode reproduzir e identificar o DNA numa mesa de cozinha. Amanhã se poderá também sequenciar o DNA da mesma maneira. Virão a seguir a síntese do DNA, a modificação do DNA e outros métodos de técnica genética. Estão contados os dias em que apenas um pequeno número de laboratórios profissionais são capazes de empregar largamente esse processo. […] As pessoas vão começar então a manipular a vida.

PRIMEIRO O CONSUMIDOR, ENTÃO O PRODUTO

Naturalmente, nem todos produzirão os seus próprios gêneros alimentícios ou abrirão mão, sem mais nem menos, do conforto oferecido por lojas bem sortidas. Mas num futuro em que mais coisas poderão ser fabricadas de acordo com a demanda, em vez de serem produzidas industrialmente, despachadas, armazenadas e vendidas, é favorável o ponto de partida de uma economia industrial movida menos pelo comércio e mais pelos interesses sociais.

SOMOS TODOS EMPRESÁRIOS

A internet democratizou os recursos para inovação e produção. Cada nova prestação de serviço pode ser transformada num produto com código de programação. Hoje, já não se necessita mais de conhecimentos especiais de programação para isto. E o que se precisa saber, pode-se aprender on-line. Não se necessita mais de patente. Apertando uma única tecla, pode-se ‘fornecer’ seu produto a bilhões de clientes potenciais em todo o mundo. […] O decisivo é que o caminho de ‘inventor’ para ‘empresário’ é hoje tão curto, que quase não existe.

SOMOS TODOS DESIGNERS

[…] 30 anos depois que a aula prática foi cortada dos currículos escolares e a maior parte do setor secundário da economia foi transferido para o exterior, há novamente bons motivos para se sujar as mãos. As máquinas portáteis de produção tornam-se pouco a pouco uma tendência geral e é hora de incluir a ‘fabricação de coisas’ novamente nos currículos das escolas, não na forma das antigas aulas práticas, mas sim como aulas de design.

SOMOS TODOS ARTESÃOS INDUSTRIAIS

O movimento dos ‘makers’ abre a possibilidade de ser pequeno e global, artesanal e inovador, de alta tecnologia com baixos custos, de começar pequeno e tornar-se grande. Mas abre principalmente a possibilidade de fabricar produtos de que o mundo necessita, sem que o saiba, porque não se enquadram no esquema da tradicional produção de massa.

EXISTEM MUITOS NICHOS

Veremos simplesmente mais de tudo: mais in­ovação, em mais lugares, de mais pessoas, que se concentram em mais nichos estritos. Em conjunto, todos esses novos produtos reinventarão a economia industrial, produzindo frequentemente poucos milhares de unidades por vez, mas serão exatamente os produtos certos para consumidores cada vez mais exigentes. ▪

 

O livro “Makers: A Nova Revolução Industrial” foi publicado em alemão em janeiro de 2013 pela editora Carl Hanser de Munique.

CHRIS ANDERSON

O autor americano de best-sellers, nascido em Londres em 1961, foi redator-chefe da revista “Wired” até 2012. 
No seu livro mais recente, “Makers”, ele apresenta a tendência da produção própria. E esclarece, por exemplo, como se pode fazer 
concorrência aos fabricantes estabelecidos, através de inteligentes ideias de produtos, rompendo assim o poderio das marcas de grife.

As oito teses aqui apresentadas são excertos do livro.