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Mulheres fortes sabem impor-se

Elas se impuseram em setores dominados pelos homens: Fränzi Kühne, Katja Dunkel e Rebecca Richter. 

Kim Berg, 29.11.2021
As mulheres que se impuseram em setores dominados pelos homens.
As mulheres que se impuseram em setores dominados pelos homens. © privat

Fränzi Kühne é, na Alemanha, não apenas a mais jovem membro do Conselho Fiscal de uma empresa cotada na bolsa de valores, mas também a fundadora de uma agência digital.

Ela gosta de usar tênis Converse, de livros de áudio, de Natal, de tulipas e de assistir à série “cult” de filmes policiais alemães “Tatort”. Fränzi Kühne não se encaixa em nenhum clichê de mulher de negócios. Isso tampouco é o que queria ser a jovem Fränzi Kühne, nascida em Berlim. Seu plano era, na verdade, ingressar na Polícia Criminal Federal, depois de estudar Direito. Nada disso se concretizou, porque em 2008 Kühne fundou a agência digital “Torben, Lucie und die gelbe Gefahr” (TLGG), junto com dois parceiros. A agência, que agora tem cerca de 200 funcionários, assessora a transformação digital dos ministérios federais e das empresas cotadas no Dax. Kühne faz o mesmo desde 2017, como a mais jovem membro de Conselho Fiscal da Alemanha numa empresa cotada na bolsa de valores. Através dela, a freenet AG contratou uma especialista em digitalização.

Em 2019, Kühne deixou a TLGG para limpar o porão, participar de um leilão de malas e fazer uma viagem pelo mundo com seu marido e sua filha pequena. Entretanto ela está de volta à vida profissional plena como empresária, palestrante e autora. Em seu bestseller “O que os homens nunca são perguntados. Eu pergunto assim mesmo”, Kühne mostra de forma divertida o que ainda não está indo bem em termos de igualdade de direitos na Alemanha. Ela faz aos homens perguntas que normalmente são feitas apenas às mulheres: O que o líder da bancada parlamentar vai vestir amanhã na convenção do partido? O CEO já foi promovido por causa de seus atributos visuais? Como se pode conciliar o papel de empresário bem-sucedido com o papel de pai? Como você administra o cuidado das crianças, sr. executivo?

Elas trabalham num mundo conservador e dominado pelos homens: com o escritório de advocacia “Dunkel Richter”, as duas advogadas Katja Dunkel e Rebecca Richter querem criar um espaço seguro para mulheres e pessoas “queer”.

Como mulher lésbica, a berlinense Katja Dunkel vivenciou muitas vezes no passado como as mulheres e as pessoas da comunidade LGBTQIA* eram levadas menos a sério ou tinham de justificar suas reivindicações. Por isso as duas advogadas Katja Dunkel e Rebecca Richter fundaram o escritório de advocacia Dunkel Richter no Dia Internacional da Mulher, 8 de março de 2021. “Nossa visão é ter um escritório de advocacia baseado na solidariedade, igualdade de direitos e responsabilidade moral. Um projeto contrário ao status quo”, dizem as duas no seu website.

As advogadas estão na casa dos 30 anos e trazem uma lufada de ar fresco para a profissão jurídica bastante conservadora e patriarcal. “Estamos orgulhosas de representar exclusivamente os interesses das pessoas que querem viver conosco numa sociedade aberta e justa. Apoiar as mulheres e as pessoas LGBTQIA* é uma preocupação especial para nós a este respeito”, continua o website. O escritório é especializado em direito da mídia e atende principalmente clientes da indústria cinematográfica. No entanto, trata também de outras questões como discriminação no local de trabalho, ódio na internet e violência sexual.

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