Pular para conteúdo principal

Best Practice – 
aprender sem limites

Aprender para a vida. O que isto significa no século 21 é mostrado pelas 141 Escolas Alemãs Internacionais. Um breve perfil de oito delas, da educação dual até a inclusão.

15.08.2014
© picture-alliance/dpa - German schools abroad

ISTAMBUL

Lisesi, uma das excepcionais Escolas Alemãs Internacionais em Istambul, fica bem acima do Corno de Ouro.

A escola Lisesi de Istambul é um colégio que constrói pontes. Situado no ponto de junção entre a Europa e a Ásia, com seu grande departamento alemão, ele é tanto uma escola nacional turca como também uma Escola Alemã Internacional. Sua característica especial é a de ser frequentado por alunos superdotados do país, independente da situação financeira dos seus pais. Particular importância é dada à matemática e às ciências naturais. Entre as escolas alemãs, ela é a única associada na prestigiada rede de escolas MINT da Associação de Centros de Excelência de Matemática e Ciências Naturais. Os alunos e alunas dessa escola também são excelentes em línguas. Se bem que muitos principiam a escola sem conhecimentos de alemão, a maioria conclui o colégio com o “Abitur” alemã. Assim, eles podem estudar na Alemanha. Para tanto, eles são preparados já bem 
cedo. Desde 2010, o colégio no Bósforo vem cooperando com a Technische Universität Kaiserslautern, desenvolvendo um programa de estudo à distância. Esse projeto inovador, cujo lema é “Sem a 
conclusão colegial Abitur, mas já universitários – Ponte dos superdotados para o país de estudos Alemanha”, trouxe para 
o colégio Lisesi de Istambul o primeiro prêmio do concurso de escolas internacionais, promovido pela Câmara Alemã de Indústria e Comércio. ▪

MADRID

Partir de uma tradição para novos ca­minhos. Este é o princípio seguido pelo centro de formação FEDA na metrópole espanhola Madrid.

Quem pensar que as Escolas Alemãs Internacionais só se preocupam com as clássicas conclusões básicas receberá da Formación Empre­sarial Dual Alemana (Feda) uma outra lição. Este centro de formação, com sede em Madrid (e Barcelona), vem oferecendo, já desde 1982, formações profissionais interculturais em duas línguas, ou seja, cursos de Gestão Comercial e, pela primeira vez desde 2013, curso de formação profissional de vendedor, em espanhol. Esse curso de dois anos está dividido em blocos de fases teóricas e práticas. As 
empresas que oferecem essa formação profissional são também membros da associação escolar. São firmas tradicionais de renome, como a construtora alemã de máquinas agrárias Claas ou a empresa 
espanhola de moda Desigual. Desenvolvendo esse programa, a escola FEDA foi reconhecida pelo Conselho de Ministros da Educação e Cultura (KMK) como a 
primeira escola independente de for­mação profissional do mundo. Assim, os madrilenos são pioneiros nesse setor. O alto desemprego de jovens em alguns países europeus fez com que a formação dual se tornasse muito popular. Ela é tanto uma qualificação para um começo de carreira profissional como também a base para um estudo universitário, pois oferece aos alunos o acesso ao exame vestibular. As universidades estão reconhecendo as competências adquiridas, encurtando o estudo. A Alemanha promove oito Centros de Formação Profissional (BBZ) e três Escolas Técnicas Superiores (Fach­oberschulen) no mundo todo e duas Es­colas Profissionais (Berufsschulen) na Espanha. A prioridade da formação profissional dual concentra-se nos países de fala espanhola, cujo número de 700 alunos deverá crescer ainda mais. Um programa de formação profissional dual está passando por sua primeira fase na Escola Alemã em Salônica, na Grécia. E o governo do Equador contratou o ex-diretor do BBZ para assessorar a introdução da 
formação dual naquele país. ▪

MANÁGUA

A Escola Alemã de Manágua, uma das mais prestigiadas escolas da Nicarágua, aposta na inclusão social, com programa para pessoas de outros ramos.

Glenda Urbina estuda Psicologia na Martin-­Luther-Universität de Halle, depois de ter feito o “International Baccalaureate” no Colegio Alemán de Nicarágua. Seus professores tinham reconhecido seu talento e Glenda Urbina pôde fazer uso de sua habilidade graças ao “Quereinsteiger­programm” (programa para leigos, principiantes ou pessoas de outros ramos) da Escola Alemã de Manágua para crianças superdotadas de famílias pobres. Elas, que não teriam chance de frequentar a escola durante doze anos, são recomendadas pelos seus professores. Algumas delas podem receber uma bolsa de motivação para estudar na Alemanha, como a pediatra Gloriana, que estudou Medicina em Freiburg e agora trabalha num hospital na capital da 
Nicarágua. Um projeto-piloto com uma plataforma on-line de donativos deverá ajudar a ampliar o 
“Quereinsteigerprogramm”. ▪

SINGAPURA

Uma escola tem que estar tecnologicamente à altura do tempo na metrópole financeira do sudeste asiático. Aqui, a German European School Singapore é considerada um modelo de referência.

A cidade-Estado, localizada na ponta sul da Península Malaia, é a central de formação no sudeste asiático. O crescimento econômico de Singapura fez também a German European School Singapore (GESS) se tornar um modelo de referência. Ela foi fundada em 1971, como escola para os trabalhadores de firmas alemãs nessa região em crescimento. Para poder continuar sendo competitiva no setor da formação em Singapura, a escola na orla da mata numa reserva abriu um filial da “Eurosec”, com inglês. A fama dessa escola também contribuiu para novas Tecnologias de Informação 
e Comunicação (TIC). Um exemplo é o “Global School Project”. Fazendo uso de um sistema interativo de videoconferência, a GESS possibilita ministrar aulas simultaneamente para alunos dos últimos anos em Singapura e na Escola Alemã em Chiang Mai, no norte da Tailândia. Essa comunicação digital entre duas classes é um programa inovador do Departamento Central Alemão para Ensino no Exterior (ZfA). ▪

SÃO PAULO

A Escola Porto Seguro em São Paulo é a maior Escola Alemã Internacional.

Mesmo a 10 000 quilômetros de distância da Alemanha, os “Cones de Doces” também são os clássicos no primeiro dia de aula. Eles são levados com orgulho pelos alunos do Colégio Visconde de Porto Seguro, no sul do Brasil, fundado no fim do século XX por imigrantes alemães, como a maioria das Escolas Alemãs no Brasil. Hoje, o Colégio Visconde do Porto Seguro tem cinco filiais e é a maior escola privada do Brasil. Por razões sociais, uma parte dos alunos não precisa pagar as taxas escolares. Nessa filial bilíngue, os alunos e as alunas já começam a conhecer os dois círculos culturais no jardim da infância. As tradições alemãs continuam sendo mantidas. Em todos os anos escolares, os alunos fazem o “Certificado Alemão de Aptidão Física”. O Colégio Visconde de Porto Seguro é uma das escolas de maior sucesso no mundo. ▪

DUBLIN

A St. Kilian’s German School, na cidade cosmopolita de Dublin, é uma instituição educacional com orientação integrativa e sustentável.

Crianças de mais de 50 nações frequentam na capital da Irlanda a St. Kilian’s German School Dublin, 
fundada na década de 1950. Depois da II Guerra Mundial, a Cruz Vermelha Irlandesa efetuou a “Operation Shamrock”, levando crianças órfãs alemãs à Irlanda. Elas não deveriam perder por completo sua língua materna. Por isso, desenvolveu-se uma instituição educacional eficiente. “A St. Kilian´s importa a educação ‘Made in Germany’, o que, para mim, é em primeira linha uma grande qualidade”, acentua Alice Lynch, diretora da escola. A St. Kilian´s fundou em 2005, com a escola francesa Lycée Français d’Irlande, um “Eurocampus” no sul de 
Dublin. “Criamos uma atmosfera de aprendizagem, na qual nossos alunos entram em contato com outras nações, culturas e línguas. Eles aprendem a ter respeito por outras pessoas, o que não apenas diz respeito à origem de uma pessoa. Sendo uma escola inclusiva, nós também aceitamos crianças deficientes”, relata Alice Lynch. O que também encaixa no sistema é que essa Escola Alemã na Ilha Verde engaja-se no projeto de meio ambiente “Escola 
Verde”, já tendo recebido um prêmio por isto. ▪

CAIRO

A Escola Alemã das Borromeas no Cairo aposta, dentro da sociedade de transformação do Cairo, na formação sólida de meninas.

No grande número de Escolas Alemãs Inter­nacionais, ressaltam-se as das Borromeas (DSB) em Alexandria e Cairo, operando sob a direção da congregação católica no país islâmico já há mais de 100 anos. A instituição educacional de Alexandria foi fundada em 1884 para crianças de 
fala alemã, cujos pais trabalhavam na construção 
do porto da cidade. A grande demanda motivou as irmãs da congregação a abrir em 1904 uma DSB na capital do Egito. A partir de 1946, somente meninas vem sendo admitidas. As meninas são, na maioria, egípcias, adeptas tanto do cristianismo como do is­lamismo. O objetivo da escola é promover o desenvolvimento das meninas, para que se tornem personalidades autoconfiantes, criativas e responsáveis, para poder assim dar apoio à família e à sociedade no Egito, uma sociedade em transformação que precisa de pessoas inteligentes. ▪

CIDADE DO CABO

Transpor limites é um objetivo da Escola Alemã Internacional da Cidade do Cabo.

Ao pé da Cabeça do Leão, a DSK, uma joia única, desponta sobre nossa cidade“. Essa canção é cantada em quatro línguas pelas crianças da Escola Alemã Internacional da Cidade do Cabo, situada ao pé de uma das montanhas da cidade costeira da África do Sul. Alemão, inglês, africâner e xhosa são línguas aqui faladas e não só a partir do fim do regime racista do Apartheid. Quando a discriminação de pessoas não brancas ainda era o dia a dia na África do Sul e Nelson Mandela ainda estava 
na prisão, a DSK abriu suas portas para as pessoas de todas as cores de pele. As crianças das “Town­ships” já frequentam o novo “Nível Secundário” há muito tempo. O governo federal alemão subvenciona a taxa escolar de crianças que do contrário não poderiam frequentar a escola, como Demelza Mulligan. Agora já com 30 anos, ela frequentou a DSK, estudando depois Administração Internacional na Fachhochschule de Münster. Entre seus fortes está a competência intercultural. Ela trabalha hoje para uma firma alemã em Johanesburgo. ▪