“Nós podemos aprender muito”
Edda Mally-Schilling, diretora da Escola Alemã Stiehle Cuenca no Equador, sobre inclusão, qualidade e concepções.

Sra. Mally-Schilling, a Escola Alemã Stiehle Cuenca é a anfitriã da Jornada da América 2014, da Associação Mundial das Escolas Alemãs no Exterior. Que temas interessam a escolas como a sua?
Um tema central é a qualidade, em especial das aulas de alemão. Temos de oferecer aos alunos um ensino moderno e não podemos ficar paralisados nas nossas concepções. Isto vale de maneira especial para as escolas no exterior, pois nós somos embaixadoras. Um outro tema é o recrutamento, a qualificação e a reciclagem dos professores.
De que tratam as escolas estrangeiras especialmente no Equador?
O Equador introduziu em 2012 uma nova lei escolar. Até então, éramos uma escola experimental, o que nos dava muita liberdade. Agora, devemos ser reconhecidas como “escolas binacionais”. Juntamente com as outras escolas alemãs, tratamos agora de realizar as diretrizes.
Soa como muita burocracia.
As exigências burocráticas aumentaram. Mas também vejo as mudanças como positivas: cooperamos agora muito mais estreitamente com os parceiros equatorianos. Isto é bom para ambas as partes. Também nós podemos aprender muito.
Em que setores?
Por exemplo no da inclusão, que aqui já se vive com muita naturalidade. Numa escola vizinha, todas as classes são frequentadas também por crianças autistas. Além disto, em toda escola equatoriana há pelo menos um psicólogo. Através da lei escolar somos obrigados a nos engajar mais também nesse aspecto. Por isto, formamos um grupo de professores, que dispõem de qualificações específicas, por exemplo, na pedagogia especial.
O que propriamente é alemão na Escola Alemã Stiehle Cuenca?
Principalmente as aulas. Elas se orientam nos métodos alemães e possibilitam uma maneira objetiva, concentrada de aprender. Isto se tornou conhecido. Do jardim de infância até o nível secundário, cerca de 620 crianças e jovens frequentam nossa escola.
Escolas no exterior são tidas como escolas para famílias dos enviados de empresas alemãs. É o caso da sua escola?
Não. Nesta região não há nenhuma grande firma alemã. Para mais de 95 % dos nossos alunos, o alemão é um idioma estrangeiro.
A mensalidade escolar de 295 até 330 dólares é muito alta para uma família equatoriana de classe média. Há a possibilidade de obter bolsa de estudo?
A Fundação Stiehle possibilita ao filho do zelador frequentar a escola. E os colegas alemães contribuem todos com uma certa soma, para financiar outra bolsa. ▪
Entrevista: Helen Sibum