Universidades para crianças na Alemanha
Cada vez mais universidades alemãs estão oferecendo cursos infantis, para despertar nas crianças o interesse por novas matérias de ensino.
“Como se prova a culpa de um delinquente?”, “Peixe cego ou olhos de águia – O que acontece quando se vê?” ou “Por que o esporte é bom para o nosso corpo?”. Professores de Medicina Legal, Biologia e Educação Física, que ultimamente deram aulas nestas disciplinas, tiveram que se adaptar a um auditório bem especial, a ouvintes que estavam muito atentos, muito interessados e que tinham perguntas muito sutis: crianças!
Um número cada vez maior de alemães está adotando a ideia de uma universidade para crianças. A maioria das aulas é bem frequentada e, às vezes, as salas de aula estão superlotadas. Nas universidades, os docentes explicam o mundo, de maneira compreensível, aos pequenos estudantes, despertando assim o interesse pela ciência e pesquisa e tirando das crianças o medo da instituição “universidade”. O primeiro experimento de uma universidade para crianças foi feito pela Eberhard-Karls-Universität de Tübingen. Essa oferta especial das universidades é em geral gratuita e visa os alunos do 2º ao 6º ano do ensino fundamental.
Em Munique e Hanôver, as crianças sempre frequentam uma outra universidade geral ou de ciências aplicadas. Na notável Humboldt-Universität de Berlim é costume, como nas outras universidades para crianças, que todo pequeno estudante receba um “Studienbuch” (livro de cursos), no qual são anotados todos os cursos frequentados. Um projeto especial é a Kinderfilmuniversität (universidade de cinematografia para crianças) de Babelsberg, a primeira desse tipo na Europa, onde 80 crianças entre nove e doze anos têm a oportunidade de respirar ar universitário e, ao mesmo tempo, aprender muita coisa sobre a arte cinematográfica. As aulas se dedicam a temas como “roteiro” ou “sonoplastia”.
Mas a maioria dos pequenos estudantes acha muito engraçado que, depois de uma aula, não se aplauda, mas se bata na mesa com os nós dos dedos e que muitas aulas comecem “c.t.” (cum tempore), ou seja com 15 minutos de atraso. Isto não existe na escola.
