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Duro Realismo da Alemanha

Nunca ocorreu antes: a Alemanha conquistou os dois prêmios mais importantes na Bienal de Arte de Veneza.

15.05.2017
© dpa - Biennale

O Pavilhão Alemão, configurado pela artista Anne Imhof, foi agraciado com o Leão de Ouro, como a melhor contribuição nacional. O artista conceitual Franz Erhard Walther foi premiado com o Leão de Ouro como o melhor artista.

Anne Imhof, de 39 anos de idade, apresentou no Pavilhão Alemão a sua performance “Faust”, de cinco horas de duração. O júri elogiou o “trabalho vigoroso e perturbador”. Sua contribuição representa „o direito de ser diferente“, afirmou Imhof no seu discurso de agradecimento. “Anne Imhof trata a brutalidade da nossa época com um duro Realismo”. Assim a curadora Susanne Pfeffer descreve o trabalho da artista, que representa a Alemanha na Bienal de Veneza em 2017.

Nova York, Paris, agora Veneza

Anne Imhof, nascida em 1978, estudou Comunicação Visual com Heiner Blum na Hochschule für Gestaltung em Offenbach e matriculou-se posteriormente na Städelschule em Frankfurt do Meno. Para o seu trabalho final, ela recebeu em 2012 o Prêmio de Formatura. Imhof tornou-se internacionalmente conhecida através de exposições no MoMA PS1 em Nova York e no Centre Pompidou, em Paris. Em 2016, ela chamou a atenção com o ciclo de obras “Angst”, que foi exibido na Basileia, em Berlim e em Montreal. Seus temas são, repetidamente, violência e controle, identidade e perda. Para isso, ela utiliza com frequência diversas formas: da pintura, passando pela escultura, até a instalação e a performance. 

Em Veneza, Anne Imhof passa a fazer parte de uma série de grandes artistas alemães, como Gerhard Richter, Joseph Beuys, Anselm Kiefer, Sigmar Polke ou Martin Kippenberger, que configuraram sozinhos o Pavilhão Alemão no pós-guerra. A Alemanha participa da Bienal de Arte desde o seu início em 1895; desde 1909, com um pavilhão próprio. A apresentação alemã já ganhou até agora cinco Leões de Ouro: em 1986 com Sigmar Polke, em 1993 com Hans Haacke e Nam June Paik, em 2001 com Gregor Schneider, em 2011 com Christoph Schlingensief e agora com Anne Imhof.

Walther premiado como melhor artista

Franz Erhard Walther, premiado como melhor artista, apresenta em Veneza uma obra de grande formato, de tecido e placas de aço. Seus trabalhos têm um “caráter radical e complexo”, elogiou o júri. Walther é conhecido pela sua arte, na qual o observador pode participar. “É assim possível para todos, tornar-se uma obra de arte”, afirmou o artista de 77 anos de idade.

Desde 1971, a participação alemã na Bienal de Veneza é coordenada pelo Instituto de Relações Internacionais (ifa), por encargo do Ministério das Relações Externas.

Bienal de Veneza, de 13 de maio até 26 de novembro de 2017

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