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Os grafites estão novamente na moda

Em Berlim está surgindo um museu de grafites. Pesquisadores constroem um banco de dados de grafites. E os empresários assaltam as “barracas” dos artistas.

20.02.2017
© farbkombinat/fotolia - Graffiti

Harald Nägeli, conhecido como o “Sprayer von Zürich” (grafiteiro de Zurique), foi parar na prisão, na década de 1980, por causa dos seus bonequinhos pichados em paredes e muros públicos. Neste meio tempo, sua obra foi reconhecida pela cidade de Zurique como “digna de proteção”. Este elogio da nova forma de arte vai tão longe que algumas obras são protegidas por uma placa de acrílico ou são cortadas das paredes e muros, para que sejam vendidas em leilões de arte. Isto aconteceu com as obras do artista urbano inglês Bansky.

Um museu de arte urbana contemporânea

Esta cena também vem sendo cada vez mais reconhecida na Alemanha. O primeiro museu de Street Art (Arte de Rua) da Alemanha, o chamado Museum für Urban Contemporary Art, deverá ser inaugurado em Berlim no verão europeu de 2017, sendo instalado em uma mansão do estilo Gründerzeit, que está sendo renovada, no bairro de Schöneberg. É um verdadeiro desafio, pois “o local de exposição, propriamente dito, é a cidade”, diz Thomas Willemeit, do escritório de arquitetura Graft, encarregado desse trabalho. Mas os arquitetos vanguardistas do escritório Graft, chamados pela imprensa de “astros pop da arquitetura”, já resolveram tarefas bem diferentes.

Um banco de dados para grafites

Entretanto, os cientistas do famoso Karlsruher Institut für Technologie (KIT) e da universidade de Paderborn deram início a um projeto de digitalização de grafites, através do qual milhares de obras de grafite deverão ser arquivadas. O “Informationssystem Graffiti in Deutschland”, abreviadamente InGriD, será promovido pela Sociedade Alemã de Pesquisa, recebendo uma ajuda financeira de cerca de 850 mil euros nos próximos três anos. O objetivo deste projeto é observar por longo tempo seu desenvolvimento e sua transformação, pesquisando cientificamente sua estética de imagens, sua apresentação visual, sua gramaticalidade, sua localização urbana e sua importância e função sociais.

Artistas procurados

Essa tendência beneficia também os criativos que estiveram relegados durante anos à margem da sociedade e que agora estão sendo praticamente assaltados pelas grandes empresas. Marcus Dörr, administrador da agência de grafite “artmos4”, fundada em 1997 em Offenbach, fala de contratos com fabricantes de automóveis, abastecedores de energia e firmas de imóveis em toda a Europa. Os grafiteiros já estiveram ativos até mesmo em Moscou, Hong-Kong e China, a encargo do Instituto Goethe.

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