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Queimadas gigantes na Amazônia

A floresta tropical no Brasil enfrenta no momento uma catástrofe. Como consequência do desmatamento ilegal, propagam-se enormes queimadas. A Alemanha suspende o incentivo.

28.08.2019
Queimadas gigantes na Amazônia
© dpa

Qual é a extensão dos incêndios na Amazônia?

Em agosto, os incêndios florestais na Amazônia não são raros; a época da seca só termina no final de setembro. Mas este ano, são gigantes as dimensões dos incêndios. Seu número aumentou em 82 % em relação ao ano passado, informou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que observa as queimadas a partir de satélites. Cerca de 71.500 incêndios foram constatados entre janeiro e agosto. E o próximo mês de setembro também faz parte da época da seca e dos incêndios. Em agosto, foram registrados até agora 22.000 incêndios florestais, um número recorde nos últimos nove anos.

Por que são queimadas áreas tão grandes da floresta tropical?

O INPE vêm uma clara vinculação entre os inúmeros incêndios e o desmatamento ilegal da floresta tropical na Amazônia. Os incêndios surgem na época da seca, em virtude das queimadas ilegais e descontroladas ou porque pega fogo a madeira seca nas áreas desmatadas.

Como reage o presidente brasileiro Bolsonaro?

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, vê a proteção ambiental como uma limitação supérflua das atividades econômicas nas regiões protegidas. Apesar de protestos enérgicos no próprio país e na comunidade internacional, ele quer liberar as áreas de proteção da natureza e as reservas indígenas para a exploração econômica. Trata-se da extração de madeira, da exploração de matérias-primas e da criação de áreas de cultivo agrícola, no lugar da floresta tropical. Os cálculos para 2019 preveem que haverá, em relação a 2018, um aumento de cerca de 45 % do desmatamento que é ilegal, mas não é reprimido pelo governo de Bolsonaro. Sob grande pressão, Bolsonaro enviou unidades do Exército para ajudar a combater os  incêndios no Amazonas. Ele recusou aceitar os US$ 20 milhões oferecidos pelo G7, pois isto seria uma intromissão em assuntos brasileiros. Seria melhor usar esse dinheiro para reflorestar a Europa, disse ele.

Há uma resistência no Brasil?

Bolsonaro não demonstra nenhum respeito pelos críticos da sua política, ele não tolera opiniões contrárias. No início de agosto, o diretor do INPE no Estado de São Paulo foi demitido. Ela havia divulgado imagens de satélite, que mostram que, em junho, mais de 900 quilômetros quadrados de floresta tropical foram vitimados pelas serras elétricas – quase o dobro do mês de junho de 2018.

O que a Alemanha faz contra isso?

A ministra alemã do Meio Ambiente, Svenja Schulze, anunciou há duas semanas o congelamento de verbas para projetos amazônicos da Iniciativa Internacional de Proteção do Clima, no valor de cerca de 35 milhões de euros, enquanto o governo de Bolsonaro não agir contra o desmatamento. Também a Noruega, como a maior contribuinte dos projetos, suspendeu os pagamentos.

Como reage a opinião pública alemã?

Na Alemanha, as ocorrências no Brasil são acompanhadas com repúdio. Nos debates da opinião pública alemã, os temas da proteção do clima e do aquecimento global desempenham um papel central. A mídia alemã informa diariamente sobre a situação no Brasil, pois a população sabe que todos os esforços para combater o aquecimento terrestre serão inúteis, se a floresta tropical da Amazônia continuar desaparecendo nesse ritmo atual. Entre a população e quase todos os partidos políticos alemães não há nenhuma compreensão para as posições do presidente brasileiro.

Fonte: deutschland.de (com material da dpa)