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Cúpula do G7 no Castelo Elmau

As grandes nações industrializadas querem buscar consenso sobre passos concretos de proteção do clima na reunião de cúpula de Elmau.

08.06.2015
dpa/Michael Kappeler - G7 summit
dpa/Michael Kappeler - G7 summit

Elmau (dpa) – Na cúpula do G7, os chefes de Estado e de governo pugnaram por um avanço na luta contra o aquecimento terrestre. Até o último momento ficou em aberto, em Elmau na Baviera nesta segunda-feira, se a declaração final do encontro das sete maiores nações industriais incluiria realmente a importante meta de dois graus para a proteção do clima. Pouco antes da cúpula, a chanceler Angela Merkel aumentara a pressão sobre os parceiros do G7, em relação a este tema. Ela esperava impulsos importantes para o encontro de cúpula das Nações Unidas sobre o clima, em dezembro em Paris. A meta dos dois graus foi acertada em 2009, na Conferência do Clima da ONU em Copenhague. Com isto, o aquecimento terrestre deveria ser limitado ao máximo de dois graus, em relação à época pré-industrial. A incineração de carvão mineral é tida como grande poluente ambiental. Segundo o gerente político da organização de desenvolvimento Germanwatch, Christoph Bals, o G7 está próximo a dar um salto na proteção do clima. A questão é saber «se os países do G7 irão anunciar o fim da era dos combustíveis fósseis», afirmou ele à agência Deutsche Presse Agentur. «Se isto ocorrer, será um passo gigantesco para preparar o êxito em Paris». O maior obstáculo é o Japão: «Japão é o maior freio». Merkel, o presidente francês François Hollande e o presidente dos EUA Barack Obama estariam muito coesos no apoio à meta do clima, afirmou Bals.

Redução dos gases do efeito estufa

O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe afirmou para a cúpula que pretendia anunciar uma redução dos gases de efeito estufa no seu país em 26 por cento até 2030. Os defensores do clima criticam que, em vez de 26 por cento, a redução teria de ser de 40 até 60 por cento. Com interesse esperou-se com que clareza e com que medidas concretas o G7 apoiaria o fundo de cem bilhões, que deverá estar à disposição da proteção do clima, a partir de 2020. Merkel pretendia lograr aqui uma declaração consistente. Com vista a Paris, a Alemanha comunicou, já antes da cúpula do G7, que seu financiamento da proteção do clima será dobrado até 2020. Antes do final do encontro, a polícia fez o seu primeiro balanço. As autoridades tinha contado com um número muito maior de manifestantes e com violência. De 300 a 500 ativistas em Garmisch-Partenkirchen eram «autônomos claramente dispostos à violência», afirmou o porta-voz da polícia Hans-Peter Kammerer no início da tarde da segunda-feira. Mas até agora não houve «nenhuma perturbação significativa». Com a sua presença maciça, a polícia deixou claro: «Quem protestar com violência, terá problemas posteriores». Esta estratégia obteve êxito.

Enquanto isto, a Rússia rechaçou a crítica do G7 à sua política no conflito de Donbass e conclamou o Ocidente a maior pressão sobre a Ucrânia. O porta-voz do Cremlin, Dmitri Peskov,  conclamou a UE e os EUA  na segunda-feira a relembrarem quem deve implementar os acertos do processo de paz de Minsk. Assim, as reivindicações não deveriam voltar-se para a Rússia, mas sim para a Ucrânia, afirmou Peskov, segundo a agência Interfax. O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lawrow, apelou ao Ocidente para que não deixe recrudescer os combates no palco bélico de Donbass. Ele acusou a Ucrânia de ter escalado propositadamente os recentes excessos de violência, pouco antes da cúpula do G7 na Baviera, a fim de fornecer um pretexto para o prolongamento das sanções contra a Rússia. O governo em Kiev não apenas manifesta-se «com agressividade e militância» contra o Donbass, mas também recusa um diálogo e o fim do bloqueio econômico, criticou Lawrow.  «Isto está em direta contradição aos acordos de Minsk», ressaltou ele. A UE e os EUA acoplaram o fim das sanções contra a Rússia no conflito da Ucrânia à implantação do plano de paz acertado em meados de fevereiro na capital bielorrussa Minsk.

Mais estreita coesão alemão-americana

O presidente americano Barack Obama e a chanceler Angela Merkel aproveitaram a reunião de cúpula para demonstrar uma estreita cooperação mútua alemão-americana, apesar dos desentendimentos por causa do escândalo NSA/BND. Os EUA são «um parceiro tão importante, que cooperamos estreitamente , porque necessitamos disto em interesse recíproco, porque o desejamos e porque compartilhamos de valores comuns», afirmou Merkel no domingo. Anteriormente, ela saudara o presidente americano Barack Obama no povoado vizinho de Krün, antes do início do encontro do G7 no Castelo Elmau. Obama afirmou: «Hoje pela manhã festejamos uma das alianças mais fortes que o mundo já conheceu».

Cúpula do G7, em 7 e 8 de junho de 2015, no Castelo Elmau 

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