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Governar fica mais difícil

Através do êxito da AfD nas três eleições estaduais na Saxônia-Anhalt, Renânia-Palatinado e Baden-Württemberg, os partidos enfrentam complicadas formações de governo.

14.03.2016
© dpa/Boris Roessler - Landtagswahl

Berlim/Munique (dpa) – Nos três Estados federais alemães Saxônia-Anhalt, Renânia-Palatinado e Baden-Württemberg, tornou-se mais difícil governar, após as eleições estaduais do domingo. As coalizões que governavam antes não dispõem mais de maioria nos Parlamentos estaduais – os governadores Winfried Kretschmann (Verdes), Malu Dreyer (socialdemocrata, SPD) e Reiner Haseloff (democrata-cristão, CDU) podem esperar a sua permanência no governo, contudo em coalizões distintas às de antes. O partido populista de direita AfD (Alternativa para a Alemanha) logrou obter mais de dez por cento dos votos em todos os três Estados, no seu primeiro pleito estadual e isto, de maneira bem clara em parte. Os partidos enfrentam agora complicadas formações de governo.

Em Baden-Württemberg, os Verdes de Kretschmann tornaram-se pela primeira vez na História alemã o partido mais forte no Parlamento, de acordo com o resultado oficial provisório. Em virtude do enfraquecimento do SPD, não há maioria para o prosseguimento da primeira coalizão verde-vermelha na Alemanha (após o pleito estadual do ano de 2011, houve em Baden-Württemberg pela primeira vez a possibilidade de formação de uma coalizão sob a liderança de um político dos Verdes: Winfried Kretschmann). Assim, torna-se agora possível uma aliança dos Verdes com a CDU. Aritmeticamente seria possível também uma coalizão tipo «Semáforo» (vermelho-amarelo-verde, de SPD-FDP-Verdes) e uma coalizão «Alemanha» (com as cores negro-vermelho-amarelo, de CDU-SPD-FDP). Contudo, tanto Kretschmann como o candidato da CDU, Guido Wolf, reclamam para si o direito de chefiar o governo estadual.

Na Renânia-Palatinado, o SPD de Dreyer relegou a CDU da rival Julia Klöckner ao segundo lugar – mas a coalizão vermelho-verde pertence ao passado. Seria possível uma grande coalizão (vermelho-negro, de SPD-CDU), mas Dreyer dá preferência a uma aliança tripartite, com os Verdes e o partido liberal-democrata FDP.

Na Saxônia-Anhalt, após o fim da aliança negro-vermelha, só é realista uma coalizão tripartite de CDU, SPD e Verdes, uma constelação ainda inexistente no cenário político alemão. A AfD, que teve a sua ascensão no contexto da crise dos refugiados, obteve aqui um resultado recordista: com 24,2 por cento dos votos, tornou-se o segundo mais forte partido no Parlamento, nesta sua primeira participação na eleição estadual. Também na Renânia-Palatinado e em Baden-Württemberg, ela obteve grande êxito e está agora representada em 8 dos 16 Parlamentos estaduais.

Fonte: dpa; tradução: FSM