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Sair mais forte da crise

A América Latina e o Caribe foram duramente atingidos pela pandemia de coronavírus. Leia aqui como a Alemanha demonstra solidariedade.

Entrevista: Helen Sibum, 16.11.2020
Teste de corona na periferia do Rio de Janeiro
Teste de corona na periferia do Rio de Janeiro © dpa

Ajuda humanitária, intercâmbio científico, diálogo com o setor econômico: Marian Schuegraf, comissária regional para a América Latina e o Caribe no Ministério das Relações Externas, fala sobre o apoio alemão à região, na pandemia de coronavírus.

Marian Schuegraf, encarregada regional para a América Latina e o Caribe
Marian Schuegraf, encarregada regional para a América Latina e o Caribe © dpa

Sra. Schuegraf, América Latina e Caribe são particularmente afetados pela pandemia de coronavírus...

Sim, é isso mesmo: os países da região representam apenas 8% da população mundial, mas são responsáveis por um terço das mortes e um quarto das pessoas infectadas. Quando ficou claro quão dramática é a situação, a Alemanha respondeu imediatamente com medidas concretas.

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Como é exatamente esse apoio?

Entre outras coisas, o governo alemão enviou virologistas experientes do Grupo de Peritos para Rápida Intervenção (SEEG) para vários países. Os especialistas dão assessoria para a construção de capacidades laboratoriais, para garantia de qualidade dos resultados de testes e sobre procedimentos hospitalares. Eles também levam consigo materiais de teste e equipamentos de proteção. Além disso, a Alemanha dobrou sua ajuda humanitária à região para 40 milhões de euros. Como Ministério das Relações Externas, também estabelecemos um diálogo sobre a pandemia com a região.

De que se trata?

Queremos também intercambiar descobertas científicas a médio e longo prazo, para que a ação da política de saúde nos países parceiros possa ser baseadas nelas. No diálogo sobre a pandemia, estamos trabalhando com uma equipe de especialistas de língua espanhola da clínica Charité de Berlim. O Instituto Robert Koch e a Sociedade Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) também estão envolvidos.

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Quem são os interlocutores na região?

Especialmente os institutos científicos com os quais os especialistas da Charité estão em intercâmbio. Além disso, nossas embaixadas estabelecem contatos com a liderança política dos países, por exemplo, com ministérios da Ciência e da Saúde. Queremos compartilhar experiências, por exemplo, sobre o confinamento e a retomada da vida econômica e social após um confinamento – a região está muito interessada nisto.

Que resultados concretos este intercâmbio já produziu?

Por exemplo, o ministro mexicano das Relações Exteriores nos pediu para fornecer ao país o aplicativo alemão de advertência do coronavírus. Para este fim, organizamos uma reunião com os embaixadores da América Latina em Berlim, também com a empresa SAP (um dos programadores). A possibilidade de lançar o aplicativo está sendo examinada atualmente em alguns países da região.

A pandemia causou um choque econômico e social na região.
Marian Schuegraf, comissária regional para a América Latina e o Caribe no Ministério das Relações Externas

Que papel as missões alemãs no exterior desempenham, além da mediação de contatos governamentais?

No início da pandemia, as missões diplomáticas no exterior desempenharam um papel importante na repatriação de cidadãos alemães. Os voos frequentemente trouxeram também pessoas de países da América Latina e do Caribe com eles. Aumentamos também os fundos, com os quais as missões diplomáticas no exterior podem financiar microprojetos. Para o Peru e Guatemala, por exemplo, foram adquiridos materiais de teste e um hospital em El Salvador foi subsidiado.

Além dos danos imediatos para as pessoas e o sistema de saúde, a pandemia tem também sérias consequências econômicas para a região. A Alemanha pode contribuir para mitigá-las?

A pandemia causou um choque econômico e social na América Latina e no Caribe, agravando as crises existentes e ameaçando fazer a região recuar de 10 a 20 anos. O FMI prevê um crescimento negativo de -8,14%. Já lançamos uma iniciativa para a América Latina e o Caribe em 2019, que agora nos ajuda a organizar o apoio para enfrentar estes desafios socioeconômicos. Em junho, realizamos uma conferência com 26 ministros das Relações Exteriores da região e discutimos o que os países consideram necessário e desejável. Em geral, nosso princípio orientador aqui é “construir melhor”: queremos trabalhar juntos para garantir que a região saia mais forte da crise.

Como isso poderia ser logrado?

Por exemplo, através da cooperação nas áreas de proteção climática, digitalização ou inclusão social. A conferência também incluiu uma discussão com representantes de empresas alemãs. Eles discutiram como podemos reavivar nossas relações econômicas e se existem oportunidades para as empresas alemãs, por exemplo, de mudar sua produção local para equipamentos de proteção e tecnologia médica.

Precisamos dos países da América Latina e do Caribe como amigos ao nosso lado.
Marian Schuegraf, Comissária regional no Ministério das Relações Externas

Que papel a rede Unidas desempenha na crise?

A Unidas é uma rede de atores da sociedade civil que trabalha pela igualdade de oportunidades. Nós a fundamos como parte da iniciativa da América Latina e Caribe, porque a questão da mulher é central para a região. Podemos ver agora que a pandemia está piorando ainda mais a situação das mulheres: elas estão sofrendo mais violência e suas oportunidades de carreira se tornaram piores. Muitas mulheres trabalham em profissões de assistência e, portanto, têm um risco maior de infecção. Os abrigos femininos tiveram que fechar por causa da pandemia. Em resposta, estamos facilitando o intercâmbio de experiências e webinários na plataforma da Unidas e organizando apoio financeiro e não-material através de projetos.

Independentemente da pandemia de coronavírus: por que a cooperação com a América Latina e o Caribe é tão importante?

Na Alemanha e na Europa, o foco está frequentemente nos conflitos do Oriente Próximo e Médio ou na migração de regiões vizinhas. Neste contexto, precisamos de relações estreitas com regiões parceiras com os mesmos interesses, especialmente tendo em vista a crescente competição de sistemas entre os EUA e a China, entre os sistemas democráticos e autocráticos. A América Latina e o Caribe são a única região do mundo que consiste predominantemente de democracias e que compartilha nossos valores. Precisamos desses países como amigos ao nosso lado.

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