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Formação dual, um modelo de sucesso

A formação profissional dual comprovou sua eficácia contra o desemprego de jovens e a carência de mão de obra especializada. Muitos países querem implementar o modelo em cooperação com a Alemanha.

24.03.2017
© dpa - Education

Formação profissionalizante made in Germany é um sucesso de exportação. A Alemanha já coopera com mais de 100 países que se interessam pelo conceito alemão. Em uma conferência de avaliação que reuniu os ministérios federais da Educação, das Relações Externas, da Economia e do Desenvolvimento, em Berlim, políticos, gestores de educação e economia, bem como representantes de organizações, discutiram como a cooperação pode ser aprofundada ainda mais.

A Alemanha registra sucesso há décadas com seu Sistema Dual de Formação Profissional. Aprendizes adquirem habilidades práticas na empresa e, em paralelo, conhecimento teórico em uma escola profissionalizante. A formação tem mostrado sua eficácia tanto contra o desemprego de jovens quanto contra a carência de mão de obra especializada; por isso, é vista também internacionalmente como um modelo de sucesso. Em 2013, o governo federal tomou uma resolução: a Alemanha deseja colocar sua expertise com o sistema dual à disposição de países parceiros interessados. Estes podem receber orientação de especialistas em educação se decidirem implementar um sistema de formação profissionalizante inspirado no alemão.

A cooperação internacional em educação profissionalizante mostra muitos efeitos positivos. Em muitos países, pessoas jovens recebem uma perspectiva e a paz social é fortalecida, pois mão de obra bem formada gera vantagens competitivas. “A economia alemã é fortemente orientada para a exportação, sobretudo de máquinas e alta tecnologia”, diz a professora Maria Böhmer, ministra de Estado no Ministério das Relações Externas. “Quando empresas alemãs vendem seus produtos no exterior, elas precisam de profissionais locais que possam operar as máquinas”. Uma formação profissionalizante regulamentada pode contribuir nesse sentido. Böhmer observou que educação é um elemento central do desenvolvimento sustentável. O engajamento alemão nesta área corresponde aos objetivos da agenda da sustentabilidade 2030 das Nações Unidas.

Maior orientação prática na Eslováquia

Muitos países não possuem uma educação profissionalizante sistemática. Quando uma empresa emprega trabalhadores, elas ensinam minimamente. Em alguns países, até existe uma formação profissionalizante, mas com frequência são muito teóricas; falta geralmente a orientação prática. “Como durante muitos anos se investiu muito pouco nele, o velho sistema possui uma má imagem”, disse Dr. Guido Glania, diretor executivo da Câmara Eslováquia-Alemanha de Indústria e Comércio, que está atuando como parceira para aqueles que, na Eslováquia, estão implementando um sistema de formação profissionalizante próximo da prática.

Profissionais qualificados para o México

Também do outro lado do Atlântico existe demanda pela formação profissionalizante alemã. Somente a indústria automobilística carece no México de mais 400.000 profissionais. A ela somam-se muitas outras empresas. O embaixador alemão Viktor Elbling denomina o México de “país industrial sem profissionais”. Com apoio financeiro e especializado da Alemanha, foi formada uma mesa-redonda com especialistas dos setores econômico e educacional. Eles estão trabalhando para introduzir o sistema dual na educação profissionalizante também no México. “Sobretudo as pequenas empresas resistiram no início”, explicou Viktor Elbling. Muitas alegaram preocupação com o alto custo de formar aprendizes e mais tarde vê-los migrar para empresas concorrentes. O diplomata referiu-se também a bons resultados: “Através da formação, os jovens desenvolvem maior autoconfiança. Eles mesmos possuem a impressão de que aprenderam e alcançaram mais do que pessoas da mesma idade”. Um terço dos aprendizes são mulheres.

Formação técnica na África do Sul

Na África do Sul, 600 empresas alemãs mantêm aproximadamente 100.000 postos de trabalho. Lá também faltam profissionais com formação sólida. “Embora quase todas as crianças de um mesmo ano sejam escolarizadas, as empresas relatam que o nível educacional dos concluintes tem caído de ano para ano”, disse Alois Schneider, chefe de seção no Ministério Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento. Uma das razões é que professores são pagos para o serviço escolar em regiões remotas, mas não viajam para lá para dar aulas. Projetos de formação profissionalizante devem agora auxiliar. Com apoio alemão, sobretudo pessoas jovens são formadas em profissões técnicas. Muitas delas estão se especializando em energias renováveis.

Na cooperação internacional de educação profissionalizante, a Alemanha prioriza a África. Um plano Marschall deve contribuir para o desenvolvimento pacífico do continente, cuja população irá duplicar até 2050. “Muitos jovens não possuem perspectiva”, disse Alois Schneider. Seria preciso, todos os anos, serem criados aproximadamente 20 milhões de novos empregos. Projetos de formação profissionalizante com participação alemã representam um primeiro passo na direção correta. Em Ruanda, país marcado por um passado de guerra civil, jovens aprendem profissões como cozinheiro e agricultor. Isto assegura o futuro. “Muitas pessoas, que obtiveram uma formação dual, tornam-se autônomas em seguida e criam, elas mesmas, novos postos de trabalho”, afirma convicta a ministra de Estado Maria Böhmer.

GOVET informa em todo o mundo

Com o GOVET – sigla em inglês do Escritório Alemão de Cooperação Internacional em Educação Vocacional e Treinamento –, o governo federal criou, em 2013, uma central para o tema da cooperação internacional na formação profissionalizante. O GOVET oferece aos interessados do exterior informações sobre a formação profissionalizante dual, um banco de dados com projetos alemães de formação profissionalizante em todo o mundo e serviços de consultoria e mediação.

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