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Ana e Imad estão dando um grande passo na carreira

Uma designer de mídia do México e um técnico em mecatrônica automotiva da Síria dão o passo para trabalhar por conta própria. Aqui eles compartilham dicas e experiências. 

Wolf ZinnWolf Zinn , 10.11.2025
Espaço para a criatividade: Ana Paniagua em seu escritório em Frankfurt do Meno
Espaço para a criatividade: Ana Paniagua em seu escritório em Frankfurt do Meno © Tim Wegner

Ana Paniagua dá asas à sua criatividade. Em seu escritório em Frankfurt do Meno, ela faz esboços, experimenta algo no computador, desenvolve ideias e depois descarta-as novamente. De repente, ela tem uma ideia decisiva, sorri radiante e mergulha no trabalho. Cerca de 300 quilômetros mais ao sul, em Hechingen, no estado de Baden-Württemberg, Imad Srywel inclina-se concentrado sobre o motor de um carro, faz movimentos precisos, verifica tudo novamente e, por fim, limpa as mãos engorduradas com um pano, com um olhar satisfeito. Paniagua é designer de mídia, e Srywel é mestre em mecatrônica automotiva. Duas profissões que dificilmente poderiam ser mais diferentes. E, ainda assim, esses dois jovens têm algo em comum: Eles têm uma história de migração e, na Alemanha, decidiram seguir o caminho do empreendedorismo.

“Os mexicanos são mais temperamentais e talvez mais alegres, mas os alemães são muito mais confiáveis e eu gosto muito disso”, explica Ana Paniagua ao descrever as diferenças culturais. Aos 33 anos, ela é natural da Cidade do México e estudou Design Gráfico em seu país de origem. O amor trouxe-a para a Alemanha. Paniagua veio inicialmente para Frankfurt como au pair e frequentou um curso de idioma até o nível C1.

Eu sempre quis colocar minhas próprias ideias em prática.
Ana Paniagua, designer de mídia

Como o reconhecimento de seu diploma mexicano seria complicado, ela decidiu fazer uma formação profissional de três anos como designer de mídia em uma pequena agência de publicidade em Wiesbaden.

Consultoria e subsídio para abertura de negócio

“A formação profissional foi boa, e a equipe, muito simpática, mas eu sempre quis, acima de tudo, realizar minhas próprias ideias e isso eu consigo melhor sendo autônoma”, conta Ana Paniagua. Ela fez cursos preparatórios, buscou orientação na Agência de Emprego, elaborou um plano de negócios e, por fim, recebeu um subsídio para abrir seu próprio negócio. Desde 2023, ela cria designs e sites para pequenas e médias empresas e, com sucesso crescente, vende sua linha de ilustrações, designs de joias e bolsas estampadas por meio de um portal on-line.

Graduação, formação profissional e título de mestre profissional

Gostam de assumir responsabilidades: Imad Srywel (à direita) e Mohamad Subhi Albdiwi em sua oficina mecânica
Gostam de assumir responsabilidades: Imad Srywel (à direita) e Mohamad Subhi Albdiwi em sua oficina mecânica © Hardy Kromer

O caminho de Imad Srywel até a Alemanha foi difícil: Em 2014, o sírio fugiu do terror do regime de Assad e chegou à Baviera passando pela Líbia e pela Itália. Ele aprendeu alemão e concluiu o ensino fundamental em Fürth. Em sua nova terra natal, a pequena cidade de Scheinfeld, na região da Francônia Central, ele fez uma formação profissional como Técnico em Mecatrônica Automotiva. “Sou grato até hoje à dona da concessionária, porque ela sempre me apoiou, mesmo quando eu tinha dificuldades na escola profissional”, lembra o jovem de 28 anos.

Tomamos nossas próprias decisões e isso é uma sensação muito boa.
Imad Srywel, mestre em mecatrônica automotiva

Depois da formação profissional, a pandemia de coronavírus paralisou a economia; muitas empresas adotaram o trabalho reduzido e Srywel manteve-se com diferentes empregos temporários. Mas o jovem profissional do setor dos ofícios técnicos e manuais é determinado: “Eu queria me aperfeiçoar, me esforcei ao máximo e, em 2021, passei no exame de Mestre.” Ele também conseguiu a cidadania alemã. Srywel trabalhou por dois anos como funcionário fixo em uma oficina mecânica, mas não se sentia feliz com isso. “As condições de trabalho eram ruins – salário baixo e muitas horas extras não pagas. Foi então que decidi: Quero ser meu próprio chefe.”

Uma longa lista de tarefas

Em outubro de 2023, ele abriu, junto com seu primo, um técnico em eletrônica, e outro sócio, uma oficina em Hechingen. Já antes da abertura, o trio percebeu: No empreendedorismo, nada é conquistado sem esforço. A busca por um local adequado, a necessidade de capital, as negociações com o banco, o contrato de aluguel, os seguros, o registro da empresa, os investimentos em equipamentos – a lista de tarefas era, e continua sendo, longa. “É cansativo,
e há muita papelada para resolver”, diz o jovem empreendedor com um leve encolher de ombros. E acrescenta, sorrindo: “Na Alemanha, também se paga muitos impostos.” Ainda assim, o balanço parcial de Srywel é positivo: “Nós assumimos responsabilidades e tomamos nossas próprias decisões. Isso é uma boa sensação. E temos muitos clientes satisfeitos – isso é o que mais importa!”

Uma em cada cinco empresas na Alemanha é fundada por imigrantes

Apesar de todos os desafios, uma coisa é certa: As oportunidades de trabalho para trabalhadores qualificados do exterior são excelentes. Devido às mudanças demográficas, muitas empresas estão em busca de profissionais qualificados. Os números de novas empresas também mostram que os imigrantes já fazem parte da solução. Cerca de um em cada cinco dos quase 600.000 novos empreendedores que surgem todos os anos na Alemanha tem origem migratória e a tendência é de crescimento.

Não existe garantia de sucesso. Mas, muitas vezes, a coragem e o espírito empreendedor são recompensados. Em Frankfurt, Ana Paniagua clica em “Publicar” – um novo site, criado por ela, entra no ar. Em Hechingen, a plataforma elevatória desce com um zumbido; um carro reparado por Imad Srywel sai da oficina.

O caminho para uma criação de empresa bem-sucedida

Quem deseja abrir uma empresa de forma bem-sucedida na Alemanha deve se preparar bem – e isso vale especialmente para pessoas com origem migratória. Geralmente, os imigrantes de países fora da União Europeia precisam de uma autorização de residência para exercer atividade autônoma ou liberal, conforme o § 21 da Lei de Residência. Se as empreendedoras e os empreendedores conseguirem sustentar-se com seu trabalho autônomo, o título de residência, inicialmente concedido por três anos, poderá ser renovado. Após cinco anos, é concedida a chamada autorização de residência permanente, que garante o direito de permanecer na Alemanha por tempo indeterminado.

 

No setor dos ofícios técnicos e manuais também se aplicam as regras do sistema de câmaras profissionais alemão. Na maioria das profissões técnicas, quem deseja abrir um negócio precisa ter o título de mestre ou contratar uma mestra ou um mestre para atuar como responsável técnico. No entanto, existem também os chamados ofícios técnicos e manuais isentos de licença, nos quais é possível abrir um negócio sem o título de mestre. As câmaras de ofícios técnicos e manuais locais oferecem orientação completa sobre formalidades como registro, número de empresa, normas de segurança no trabalho e capacitação profissional. Para empreendedores com histórico de imigração, há diversos atendimentos específicos, por exemplo, para o reconhecimento de diplomas estrangeiros ou para programas de qualificação profissional.

Aqui você encontra bons conselhos

Informações sobre o visto para trabalho autônomo podem ser obtidas em ↗ Make it in Germany.

 

No que diz respeito ao capital inicial, há diversas opções de consultoria, programas de incentivo a empréstimos acessíveis – como os oferecidos pelo ↗ Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW).

Em casos de desemprego anterior, um subsídio para abertura de negócio da ↗ Agência de Emprego pode facilitar o início.

 

Outra fonte importante de orientação para empreendedores são as ↗ Câmaras de Artes e Ofícios.

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