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Proteção do clima em vez de carvão

Depois da eleição do Bundestag e antes da Conferência Mundial do Clima: a Alemanha planeja renunciar ao uso do carvão. O tempo urge, mas ainda há dificuldades. 

28.09.2017
Protesto contra o aproveitamento de energia do carvão
Protesto contra o aproveitamento de energia do carvão © dpa

Alemanha. A renúncia ao carvão virá – mesmo que o cronograma ainda seja incerto: independentemente da nova coalizão governamental após a eleição do Bundestag (Parlamento Federal) de 2017, a Alemanha deixará provavelmente o uso do carvão para a produção de eletricidade. A Alemanha está entre os primeiros signatários do Acordo do Clima de Paris, que reuniu pela primeira vez todos os países do mundo – e que é tido como sinal de uma “era da descarbonização”. Por que então ainda se discute na Alemanha? As principais perguntas a respeito da renúncia ao carvão.

Que papel desempenha a energia carvoeira na Alemanha?

Em 2016, um pouco mais de 40% da eletricidade gerada na Alemanha vieram das usinas termelétricas a carvão. Mas a cota de linhito e de hulha na matriz energética está diminuindo. Tornam-se cada vez mais importante, por outro lado, as energias renováveis, cuja cota na produção de eletricidade aumentou de 16% no ano de 2009 para 29% recentemente. Mas mesmo que o futuro pertença às energias renováveis – na Alemanha, muitos empregos ainda são dependentes do aproveitamento do carvão. Enquanto as últimas minas alemãs de hulha deverão encerrar suas atividades em 2018, no mínimo 20.000 mineiros ainda trabalham nas regiões de extração de linhito na Renânia e no Leste da Alemanha. A Federação do Linhito também soma os empregados em empresas fornecedoras – e chega a um total de até 50.000 empregos, que são dependentes do carvão.

Que estratégias existem para a renúncia ao carvão?

Mesmo os claros defensores da renúncia ao carvão não põem em dúvida, que é preciso fazer uma oferta de compensação às regiões que eram beneficiadas até agora pela economia do linhito. O laboratório de ideias Agora Energiewende sugeriu um fundo de transformação estrutural do governo federal no montante de 250 milhões de euros, que deveria ser concedido, meio a meio, aos Estados da Renânia do Norte-Vestfália e Brandemburgo. A chanceler federal Merkel anunciou que negociará com as regiões atingidas, a fim de buscar alternativas para os trabalhadores.

Até o ano de 2050, as emissões alemãs de CO2 deverão baixar em 80 até 95%.

Por que é tão importante a renúncia ao carvão?

A combustão de carvão, como fonte fóssil de energia, contribui substancialmente para as emissões de CO2, prejudiciais ao clima. Se a Alemanha não abandonar a energia do carvão, ela não logrará cumprir as suas ambiciosas metas de proteção do clima. “A fim de chegar perto da redução de 40% nas emissões de CO2 até 2020, a Alemanha tem de paralisar, na próxima legislatura, a produção em cerca de 20 velhas usinas termelétricas a linhito”, diz Patrick Graichen, chefe de Agora Energiewende. Até o ano de 2050, as emissões alemãs de CO2 deverão baixar em 80 até 95%. Não se pode perder tempo.

Conferência Mundial do Clima 2017, de 6 até 17 de novembro em Bonn 

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