Pular para conteúdo principal

Vivenciar a Europa

Conhecer a Europa quase de graça, obter experiências inesquecíveis e viver o pensamento europeu – isso é possibilitado pelo Serviço Voluntário Europeu.

13.12.2016
© dpa/Bernd Settnik - Volunteer

Sardenha, com esse nome muitos associam, em primeiro lugar, férias. Tomar sol, nadar, fazer caminhadas, talvez festejar um pouco. Para Radost, Sardenha significa, em primeira linha, trabalho – numa administração comunal sarda. O Serviço Voluntário Europeu (SVE) enviou formando do colegial, de 19 anos de idade, da megalópole Berlim para um povoado de montanha com 700 habitantes. Inicialmente, foi talvez um choque cultural – mas sem efeitos duradouros.

O SVE possibilita a jovens europeus, por um determinado espaço de tempo, tornarem-se parte de um projeto de utilidade pública. Em princípio, toda instituição pública pode assumir o papel de organização remetente ou de projeto destinatário. A única condição prévia para os participantes é a idade: eles devem ter entre 17 e 30 anos de idade. A formação escolar não desempenha qualquer papel. No início não se espera tampouco conhecimento de língua, pois é financiado um curso do idioma do respectivo país, para onde se é enviado.

Para Radost, que aprendeu italiano na escola, isso não foi tão importante, como o pagamento dos custos de alojamento e alimentação, da mesada e dos seguros. Pois somente assim, muitos jovens podem permitir-se uma missão no exterior como assistentes voluntários.

Fazer o bem – e vivenciar a Europa

Em toda a Alemanha, há mais de 400 organizações remetentes reconhecidas em todos os países membros da UE, mas também em países que não fazem parte da União Europeia, como por exemplo, Azerbaijão, Tunísia, Montenegro. A Comissão da UE dispõe de um banco de dados de toda a Europa para os projetos destinatários reconhecidos pelo SVE, que é atualizado regularmente. Foi assim que Radost e um outro voluntário da Ucrânia puderam ajudar a pequena comunidade sarda na organização de eventos culturais. Além disso, Radost cuida de alunos do curso primário e de idosos, dá aulas de alemão, de inglês e de música.

Uma meta do SVE é fomentar uma posição positiva em relação a uma identidade europeia comum. Que isso está longe de ser algo natural, Radost constatou nas suas conversas com as pessoas do povoado. “Muitos italianos têm uma visão crítica da Europa. Na Sardenha, o ceticismo é ainda maior que no restante do país”, relata. Essa posição não é nova para ela. Ela própria, seus amigos em casa e sua família acreditam no pensamento europeu e estão convencidos do benefício oriundo da UE. Por isso também, Radost deseja propagar a sua visão da Europa. Para si própria, a Europa tornou-se ainda mais familiar, graças aos seus dez meses na Itália. “A União Europeia era antes algo abstrato. As relações pessoais tornam tudo muito mais claro e concreto”, resume Radost.

Jovens voluntários da Europa também vêm para a Alemanha. Por exemplo Giulia, que estuda na cidade italiana Trento. Ela conheceu a Alemanha inicialmente através do programa de intercâmbio Erasmus+: ela estudou durante um semestre na cidade norte-alemã Bremen. O atentado terrorista no clube parisiense Bataclan, em novembro de 2015, foi para ela a experiência-chave na discussão sobre o pensamento europeu, afirma Giulia: “Na época, eu estava visitando Berlim, junto com outros estudantes do Erasmus. Estava lá pela primeira vez e estava apreciando cada minuto. Quando ficamos sabendo dos acontecimentos em Paris, mudou o estado de espírito. O pânico parecia propagar-se por toda a Europa”, recorda-se Giulia. 

Giulia

Quando viajar forma a identidade

Mas a jovem acredita numa Europa aberta e voltou no verão setentrional de 2016 para a Alemanha. Dessa vez, como integrante do SVE. “A geração Erasmus luta pela Europa à sua maneira. Nós superamos fronteiras – por exemplo, ao viajar. Então, damos as boas-vindas a novas pessoas na nossa vida. Isso cria confiança e fortalece a identidade europeia”. Durante um ano, Giulia trabalha durante um ano com crianças de escola primária alemã em Westerkappeln, nas proximidades da cidade baixo-saxônica Osnabrück. Nos fins de semana, ela quer viajar com outros voluntários europeus pela Alemanha. No seu blog em youthreporter, ela gosta de manifestar-se através de música. Assim, ela responde à pergunta sobre o futuro da Europa citando a canção “Hey You”, de Pink Floyd: “Together we stand, divided we fall”.