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Política externa alemã em tempos turbulentos

Há apenas algumas semanas no cargo, o ministro das Relações Exteriores, Johann Wadephul, já deixou sua marca em uma situação global desafiadora.

Wolf ZinnWolf Zinn, 28.05.2025
O ministro das Relações Exteriores, Johann Wadephul, com seu colega americano Marco Rubio.
O ministro das Relações Exteriores, Johann Wadephul, com seu colega americano Marco Rubio. © pa/dpa

Mal tomou posse e o novo ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, já viajou metade do mundo: Ele esteve em Paris, Varsóvia, Lviv e Jerusalém, reuniu-se com parceiros em Londres, Antalya, Madri e Lisboa, visitou seu colega norte-americano em Washington e também recebeu vários convidados de estado em Berlim. A Wadephul apresenta sinais em tempos turbulentos e com grandes desafios: A Alemanha quer se tornar ainda mais visível na política externa. 

Compromisso com os objetivos da OTAN

Na reunião da OTAN na Turquia, Wadephul disse: “A Alemanha está determinada a tornar essa aliança mais forte.” A Alemanha quer participar da cota de 3,5 por cento de gastos diretos com defesa proposta pelo secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, e fornecer mais 1,5 por cento de sua produção econômica para infraestrutura que possa ser usada para fins militares. 

Novo curso: ambiguidade estratégica

Wadephul também deixou sua marca na política da Ucrânia. Durante a visita a Lviv, ele afirmou: “Faremos o que for necessário e continuaremos a fazer o que for necessário pelo tempo que for preciso.” Durante um discurso no Parlamento Federal, ele pediu ao presidente russo que voltasse à mesa de negociações: “A bola está no lado do Sr. Putin”.

O Wadephul está seguindo uma nova linha de ambiguidade estratégica, por exemplo, com relação ao fornecimento de armas a Kiev. Quando questionado sobre uma entrega de mísseis de cruzeiro Taurus, ele respondeu em uma entrevista a um jornal: “Não queremos mais ser previsíveis e ter todas as opções.”

Wadephul com o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares Bueno, em Madri
Wadephul com o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares Bueno, em Madri. © pa/dpa

Política construtiva para a China

Wadephul foi diplomático em suas negociações com a China. Após uma conversa telefônica com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, ele falou sobre a “responsabilidade da China pela paz global” e reafirmou a adesão da Alemanha à política de uma só China. A Alemanha é a favor de uma política construtiva para a China, com base em regras comuns e na cooperação multilateral.

Apelo por uma solução de dois estados

Em Israel, o ministro das Relações Exteriores pediu um retorno às negociações sérias na guerra de Gaza e criticou o bloqueio humanitário. Ao mesmo tempo, ele renovou seu compromisso com a solução de dois estados. Essa é “a melhor chance de uma vida em paz, segurança e dignidade para israelenses e palestinos”.

Há um novo curso surgindo na política da Síria. Após a suspensão das sanções da UE, Wadephul explicou: “Estamos dando uma chance ao governo sírio, mas também esperamos uma política inclusiva.”

Intensificar a parceria com a Índia

A parceria com a Índia deve ser levada para um novo nível. Em uma reunião com o ministro das Relações Exteriores da Índia em Berlim, Wadephul disse: "Estamos de acordo: A paz e a estabilidade no Indo-Pacífico estão estreitamente ligadas à paz e à estabilidade na região euro-atlântica." O objetivo é aprofundar a cooperação na economia, no recrutamento de profissionais qualificados e na segurança.