Depois do terremoto
Como a Alemanha está ajudando o Haiti a superar as consequências da catástrofe de 2010.

Há cerca de seis anos, um terremoto causou o caos na República do Haiti. Os abalos sísmicos naquele 12 de janeiro de 2010 duraram uma eternidade de 37 segundos, atingindo o país com toda violência, causando a morte de 220 mil pessoas e deixando outras 2,3 milhões desabrigadas. Uma grande parte da capital de Porto Príncipe foi destruída.
Quem visitar a cidade hoje notará logo uma mudança. Porto Príncipe tornou-se mais moderna. Os hotéis foram reconstruídos e novos supermercados, ruas e prédios de escritório estão sendo construídos. O mesmo está acontecendo com as instalações estatais, com ajuda internacional. Dado que as estruturas públicas já eram fracas ou quase inexistentes antes do terremoto, trata-se agora antes de construir do que reconstruir, reconheceu um diplomata europeu.
A Alemanha contribuiu muito para a reconstrução do país, disponibilizando 50 milhões de euros. No âmbito de projetos bilaterais, o pessoal de ajuda começou os trabalhos de reconstrução da maior usina hidrelétrica do país, que deverá ficar pronta em fins de 2016. A Alemanha contribuiu também para a reconstrução do centro da cidade portuária de Léogâne, que foi o epicentro do terremoto, das escolas e dos postos policiais, sendo que cerca de 200 milhões de euros foram disponibilizados por doadores privados, através de organizações não governamentais, como a Ação Agrária Alemã (Welthungerhilfe). O trabalho de reconstrução também vem sendo apoiado pelo Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento.
Apesar de tudo, pode-se dizer que o Haiti está lá, onde esteve na noite anterior do dia 12 de janeiro de 2010, só que com uma infraestrutura melhorada. Os problemas mais intrínsecos não teriam sido solucionados, segundo observadores. A pobreza, as catástrofes naturais, a cólera e os erros da política fazem do país um dos mais pobres do mundo. Um novo chefe de Estado deveria ser eleito no começo de 2016, mas o boicote, a violência e a fraude impediram que o presidente Michel Martelly tivesse um substituto eleito legalmente. O país devastado está sendo agora dirigido por um governo provisório.
A metade da população tem de sobreviver com menos de um dólar por dia. Mais de 50% dos adultos são analfabetos. De acordo com o índice de desenvolvimento das Nações Unidas, o país ocupa o 168º entre 187 lugares. Ainda há muito para se fazer no Haiti. ▪