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Chacina em Munique

Jovem de 18 anos mata nove pessoas e suicida-se. Matança causa choque na Alemanha.

25.07.2016
© dpa/FrankHoermann/SVEN SIMON - Shooting

Munique (dpa) – Numa noite de sexta-feira, no verão, todos os bares e restaurantes no centro de Munique estão normalmente lotados – do lado de fora dos locais da moda, grandes grupos conversam, fumam e bebem. Mas na última sexta-feira, nada foi normal. Após o tiroteio fatal no Olympia Shopping Center de Munique, espalhou-se inicialmente o pânico e depois a inércia do choque pela cidade.

O criminoso era um jovem de 18 anos. Durante um ano, ele preparou detalhadamente a sua ação e escreveu um manifesto, copiando o genocida norueguês Anders Behring Breivik. Contudo, os encarregados da investigação excluíram no domingo a possibilidade de um fundo político da ação. A chacina provocou medo e pavor em toda Munique. O filho de imigrantes iranianos, nascido na Alemanha, atirou a esmo dentro e diante do shopping center, bem como numa lanchonete, matando nove pessoas – na sua maior parte jovens – e finalmente si próprio. Segundo o Departamento Estadual de Polícia Criminal, houve ainda um total de 35 feridos.

Conforme a polícia e a promotoria pública, o secundarista sofria de “fobia social” e de depressão, esteve internado para tratamento durante dois meses, posteriormente teve tratamento ambulatório, por último em junho. A chacina ocorreu no quinto aniversário do genocídio de Breivik em Oslo e na ilha norueguesa de Utøya, no qual o extremista de direita matou 77 pessoas.

De acordo com informações dos encarregados da investigação, o autor da chacina jogava intensivamente videogames como “Counter Strike”, que é criticado por glorificar a violência. Com sua pistola, ele disparou no mínimo 57 tiros. A arma, ele a comprou provavelmente de maneira anônima pela internet, na rede chamada de Darknet.

A chacina gerou horror e compaixão em todo o mundo. Na capital francesa Paris, a Torre Eiffel foi iluminada na noite de sábado com as cores alemãs, preto, vermelho e dourado, em memória das vítimas. O papa Francisco reagiu consternado e, num telegrama ao arcebispo de Munique, cardeal Reinhard Marx, ele apresentou suas condolências e agradeceu as forças de segurança.

A chanceler federal Angela Merkel falou de uma noite assustadora. “Uma noite como essa é uma noite difícil de suportar”, afirmou a chefe do governo alemão. Isto é ainda mais o caso, porque tantas notícias terríveis juntaram-se em poucos dias – o atentado de Nizza, os ataques com machado em Würzburg e agora “os assassinatos em Munique”.

O presidente federal Joachim Gauck falou de uma “agressão homicida”. O ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, afirmou: quando ele vê, quantas crianças e jovens e quantas distintas nacionalidades estão entre as vítimas, isto dilacera “quase o coração”.

O presidente russo Vladimir Putin transmitiu suas condolências. O chefe de governo da Dinamarca, Lars Løkke Rasmussen, escreveu no Twitter: “Mais uma vez triste sobre um ataque contra pessoas inocentes. Um verão trágico na Europa”.

Também o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanjahu, e o presidente da França, François Hollande, expressaram sua solidariedade com a Alemanha. O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou: “A Alemanha é um dos nossos mais estreitos aliados. Vamos garantir a ela todo o apoio que possa precisar nesta situação”. Também o presidente do Conselho da UE, Donald Tusk, escreveu no Twitter: “Toda a Europa está agora com Munique”.

O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras conclamou a que se faça algo contra a violência na Europa. “Não podemos permitir que a violência se transforme no futuro da Europa”, escreveu Tsipras no Twitter. Também o primeiro-ministro holandês Mark Rutte manifestou suas condolências: “Pessoas normais são brutalmente assassinadas ou feridas durante as compras ou o trabalho numa noite normal de sexta-feira”.

Fonte: dpa; tradução: FSM