Novas biografias
Duas novas biografias trazem Goethe e Büchner ao presente – elas próprias são ótima literatura.

ESCRITOR EXCEPCIONAL. Em verdade, não há nenhuma escassez de biografias e literatura secundária de toda sorte sobre Johann Wolfgang Goethe, o escritor excepcional número um da Alemanha. Mas “Goethe – Kunstwerk des Lebens” (Hanser Verlag), o livro de 725 páginas de Rüdiger Safranski sobre o poeta, realmente nos estava faltando. “Rüdiger Safranski consegue fazer com que o leitor se apaixone novamente por Goethe”, resume o semanal “Die Zeit”.
Safranski, filósofo e autor de famosas biografias de Schiller e Nietzsche, aprofundou-se na obra, na correspondência e nos diários de Goethe, trazendo à luz uma imagem muito viva e brilhantemente descrita desse clássico, a qual não enleva, mas parece estar bem presente.
ANCESTRAL DO MODERNISMO. Georg Büchner, nascido em 1813, morreu com apenas 23 anos, deixando em suas três peças de teatro e no conto “Lenz”, num total de pouco mais de 200 páginas, uma obra grandiloquente. Hermann Kurzke vê em Büchner até mesmo um dos ancestrais do modernismo, que se ocupa com os fundamentos do ser humano, “com a insubordinação, com o desejo de mudar o mundo, tendo que admitir a sua fatalidade”.
O professor aposentado de Letras Germânicas de Mainz escreveu “Georg Büchner – Geschichte eines Genies” (C. H. Beck), uma fascinante biografia. Se bem que ela seja objetiva até nos detalhes, não é um livro científico, mas literatura. Kurzke encontrou uma forma bem própria de aproximação biográfica. Onde há falta de fatos, ele imagina, interpreta e até inventa em algumas passagens. Leitura imprescindível.