Pular para conteúdo principal

Talentos na Berlinale

Com o programa “Berlinale Talents”, a Berlinale oferece uma plataforma promissora a jovens cineastas.

13.02.2017
© dpa - Berlinale 2017

Mais de 5.000 cineastas de mais de 100 países: é enorme a rede de ex-alunos da “Berlinale Talents”, uma iniciativa do Festival Internacional de Cinema de Berlim. Desde 2003, ela reúne anualmente 250 jovens talentosos do setor cinematográfico – autores, diretores, produtores, cinegrafistas, atores, editores, distribuidores, estilistas de produção, compositores, estilistas de sons e jornalistas cinematográficos principiantes – com profissionais do cinema internacional. A “Berlinale Talents”, que é apoiada financeiramente pelo Ministério das Relações Externas, tornou-se uma das iniciativas mais interessantes da Berlinale. Ela oferece um trampolim para o programa principal da Berlinale e para o setor do cinema internacional. Os participantes da “Berlinale Talents” estão no início da sua carreira. Durante uma semana, a iniciativa disponibiliza programas de treinamento em todas as áreas da elaboração de filmes. Além disso, fazem parte da programação as discussões com especialistas, assim como a possibilidade de desenvolver projetos próprios para serem apresentados a um público selecionado do festival. 

Em 2017, a “Berlinale Talents” está sob o lema “Courage against all odds” – com esse tema sobre coragem, a “Berlinale Talents” chega à sua 15ª rodada em 2017. Nada denota um eventual envelhecimento da iniciativa do festival, pois ela busca campos experimentais, a fim de renovar-se constantemente. Durante a Berlinale, muitos cineastas e artistas buscam contato com os participantes da “Berlinale Talents” – este ano, por exemplo, o presidente do júri Paul Verhoeven e Christo conversaram com os jovens talentos sobre o seu trabalho. Mas não apenas isso. “Nós criamos novos espaços. Os workshops tornam-se parte da programação aberta ao público e, com isso, nós combinamos formatos que antes eram claramente separados”, afirma o diretor do programa, Florian Weghorn. 

deutschland.de conversou com participantes da “Berlinale Talents”:

 

Ayse Gülsüm Özel, Alemanha

A estilista de produção Ayse Gülsüm Özel, nascida e criada em Istambul, trabalhou no Staatstheater de Nuremberg, após seus estudos para cenógrafa e figurinista em Berlin-Weissensee. Hoje, ela é profissional autônoma como estilista de produção em diversos teatros em Nuremberg, Dortmund e no Alto Ádige. Ela considera especialmente interessante, deixar-se surpreender pelos resultados do seu trabalho: “O que me agrada é que, nos preparativos para um filme, eu projeto um espaço e nunca se sabe exatamente que aparência o esboço bidimensional terá no resultado final”. Ayse Gülsüm Özel trabalhou tanto para filmes de animação como também para curtas e longas-metragens. Na “Berlinale Talents”, ela ficou conhecendo colegas de profissão: “No workshop para estilistas de produção, eu constatei que, independente de que país viemos, todos nós temos os mesmos problemas no set! Tratou-se muito sobre a comunicação na equipe cinematográfica. Achei isso muito enriquecedor”. Ayse Gülsüm Özel alegra-se de estar outra vez presente na Berlinale. “Quando estudei em Berlim, visitei muito o Festival, fiquei muito tempo nas filas para obter ingressos. E fiquei conhecendo aí muitas pessoas interessantes! ”. Ela acha que o Festival do Cinema é encorajador: “Nas estreias, a gente se senta às vezes a poucos metros de astros, como George Clooney. Com isso, a fantasia se torna palpável! Quando vejo um bom filme na Berlinale, eu penso: porque não eu? Eu também posso fazer isso! ”. 

 
 

MayJune, Malásia

A atriz MayJune, de 33 anos de idade, mora em Kuala Lumpur. Ela trabalha no cinema e na televisão e produz vídeos sobre beleza e sobre música para o seu canal no YouTube. Sua carreira começou com a vitória no reality show “The Star Idol”, na Malásia. Seu desejo: tornar-se produtora. “Na Malásia, o público não se interessa realmente pelas produções cinematográficas locais, mas sim principalmente por filmes internacionais. Desejo mudar isso e produzir filmes na Malásia”. Por essa razão, ela espera obter, na “Berlinale Talents”, uma visão do trabalho de produtores de outros países. “Eu considero muito importante, conhecer outras formas de trabalho, ou seja, ver como se trabalha atualmente em nível internacional”, afirma. Na “Berlinale Talents”, ela participa de workshops para atores: “Temos de escolher um animal para imitação. Eu acho isso interessante! Escolhi a iguana, pois sua imitação exige muita flexibilidade”. MayJune está em Berlim pela primeira vez. A história da capital alemã a inspira: “Com todos os seus prédios históricos, Berlim parece um filme”, esclarece MayJune. “E arquitetura permanece. Temos de fazer filmes que também permaneçam e que os espectadores levem consigo pelo resto das suas vidas”. 

 
 

Mark Middlewick, África do Sul

O diretor e roteirista Mark Middlewick estudou em Johanesburgo e ensina a arte de escrever roteiros. Após uma estadia em Los Angeles, onde trabalhou como leitor de scripts para diversas produtoras, ele retornou para a África do Sul. Lá, ele participou em 2014 da Talents Durban. Essa iniciativa do Festival Internacional do Cinema de Durban tem uma cooperação com a “Berlinale Talents”. Pois, ao lado dos workshops em Berlim, a “Berlinale Talents” também organiza outros programas para jovens cineastas, entre outros, na África do Sul, no Líbano, na Argentina ou no Japão. Mark Middlewick vê a “Berlinale Talents” como possibilidade de obter uma visão mais ampla: “Eu vou frequentar os workshops para atores, pois considero interessante ver o trabalho no set a partir de uma outra perspectiva”, esclarece ele. Mark Middlewick gosta muito da Berlinale: “Aqui se pode assistir a filmes, que não podem ser vistos em outras partes. Não se trata aqui de grandes nomes, mas exclusivamente de arte cinematográfica”. O diretor sul-africano não está em Berlim pela primeira vez e gosta tanto da cidade, que pensa em mudar-se para a capital alemã. Mas, primeiro, ele quer fazer filmes na África do Sul e sobre a África do Sul. “Quero fazer filmes sobre como é ser um sul-africano branco. Pois sobre isso fala-se muito pouco”. 

Berlinale Talents, de 11 a 16 de fevereiro de 2017

www.berlinale-talents.de

© www.deutschland.de