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Porque a ciência e a democracia são dependentes entre si

Sobre a liberdade da ciência

Kristina Spohr, 03.12.2019
Wissenschaftlerin
© dpa

“A liberdade tem muitas dificuldades e a democracia não é perfeita, mas nunca tivemos de construir um muro para segurar nosso povo, para impedir que ele nos deixe”, afirmou John F. Kennedy em 1963, no seu famoso discurso em Berlim. A liberdade (de pensar, de manifestar sua opinião, de pesquisar e de viajar) e a democracia estão estreitamente ligadas entre si. Mas são conquistas extremamente frágeis, que têm sempre de ser reforçadas. A aquisição sem entraves de conhecimentos, a discussão polêmica e as controvérsias são para isso um fundamento substancial especialmente da liberdade da ciência, um direito básico na Alemanha e, ao mesmo tempo, um pilar da democracia liberal. Contudo, “a liberdade de ensino não dispensa da fidelidade à Constituição” – conforme o Artigo 5, Parágrafo 3 da Lei Fundamental. Os cientistas e as cientistas têm de ter consciência da responsabilidade, que emana da sua liberdade. Os limites jurídicos e éticos da pesquisa são postos à prova no contexto de desenvolvimentos sociais e debates. Ao mesmo tempo, a liberdade básica na escolha dos objetos de pesquisa é uma conquista do sistema político liberal, que tem de ser preservada por uma questão de diversidade e de criatividade. Pois exatamente através da liberdade da ciência é reforçada a capacidade inovadora da economia e da sociedade. E na era de “fake news” e de “fake information”, um intercâmbio ativo e uma boa comunicação científica são absolutamente necessários. Especialmente hoje, é importante fortalecer a coragem para uma discussão imparcial. Disso faz parte também a aceitação do “agree to disagree” (concordar em discordar). Pois somente através do discurso aberto e da discussão com os divergentes é que podem ser encontradas novas soluções. A democracia pluralista e a ciência diversificada e livre andam lado a lado. Ambas exigem autodisciplina: aprender – escutar – compreender – refletir – argumentar – tirar conclusões – decidir. Porém, a democracia e a liberdade científica têm sempre de ser reconquistadas, pois somente assim poderemos enfrentar com vigor os desafios do futuro.

A historiadora é a primeira titular da Cátedra Honorária Helmut Schmidt do Henry A. Kissinger Center for Global Affairs da Universidade Johns Hopkins em Washington. Além disso, a prof. Dra. Kristina Spohr leciona História Internacional na London School of Economics. Das suas pes­quisas faz parte a História da Alemanha no contexto global desde 1945. Seu livro mais recente e muito prestigiado, “Post Wall, Post Square. Rebuilding the World after 1989”, foi lançado no outono setentrional de 2019.

© www.deutschland.de

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