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Como a Alemanha administra a pandemia

A ação resoluta deve superar a pandemia e amortecer suas consequências. Um grande esforço conjunto para o Estado, a economia e todos os cidadãos e cidadãs.

Arnd Festerling, 11.03.2021
Impfzentrum
© picture alliance/dpa

Tosse, febre, resfriado, distúrbios olfativos e gustativos – estes são os sintomas das pessoas com Covid-19. Sistemas de saúde sobrecarregados, colapso econômico, falências de empresas, desemprego são os das sociedades atingidas. E todos em redor do mundo são afetados, sem exceção. Por mais que cada país tenha o dever de cuidar de seus cidadãos e de sua economia, nenhum país pode lidar sozinho com a pandemia do coronavírus. É por isso que o governo alemão está buscando três objetivos na luta contra o Covid-19: antes de tudo, quer proteger a saúde de seus cidadãos e preservar a eficiência de seu sistema de saúde. Em segundo lugar, quer amortecer as consequências para as pessoas, os trabalhadores e as empresas. E, em terceiro lugar, quer superar a pandemia através da cooperação internacional. Este é um conceito muito bem sucedido, pelo menos do ponto de vista da Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), que confirma que o governo federal e os Estados alemães tomaram medidas eficazes contra a pandemia e suas consequências, também numa comparação internacional. A OCDE enfatiza particularmente a eficiência do sistema de saúde e o desenvolvimento de capacidades adicionais no curso da pandemia.

Um vírus que afeta a todos nós não pode ser derrotado por nenhum país sozinho. ­Nenhum país, tampouco a ­Alemanha, estará a salvo do vírus se seus amigos e vizinhos não estiverem.  
ANGELA MERKEL, CHANCELER FEDERAL

Sobretudo na eclosão da pandemia, a ­Alemanha reagiu rapidamente e expandiu suas ­capacidades de teste. O país possui também o maior número de leitos de terapia intensiva da União Europeia e uma oferta comparativamente boa de médicos e enfermeiros. Estas podem ser as razões pelas quais, segundo a Universidade Johns Hopkins, a Alemanha registrou cerca de 690 mortes por milhão de habitantes até o final de janeiro de 2021; em outros países, este número foi de mais que o dobro.

Proteger a saúde e evitar infecções

No decorrer de 2020 e no início de 2021, a tarefa de proteger a saúde das pessoas revelou-se como uma corrida contra o tempo no mundo inteiro. Por um lado, é preciso manter o número de infecções o mais baixo possível, a fim de garantir o melhor atendimento possível aos doentes, sem sobrecarregar o sistema de saúde. Por outro lado, enormes esforços estão sendo feitos para desenvolver e produzir vacinas, e finalmente vacinar a população, com a finalidade de combater não a doença e suas consequências, mas a sua propagação e o próprio vírus. Por causa disso, o governo federal negociou “lockdowns” com os Estados na primavera de 2020, como também no inverno de 2020/2021. Os Estados decretaram esses isolamentos em distintos graus – no sistema federalista da Alemanha, o governo federal não tem o direito de tomar tais decisões por conta própria. Estas medidas tiveram um profundo impacto na vida das pessoas e estão pesando sobre a economia. O desempenho econômico diminuiu em cerca de 5% – após um período de dez anos de crescimento.

Mitigar o impacto sobre as pessoas e a economia

Os dois “lockdowns”, destinados a restringir o contato das pessoas, atingem de maneira particularmente grave as partes da economia e da vida ­pública que vivem dos contatos pessoais: creches, escolas e universidades, comércio não-alimentar, muitos serviços e restaurantes, assim como cinemas, teatros, museus e zoológicos. É por isso que os governos federal e estaduais fizeram esforços extraordinários para amortecer o impacto econômico da crise do Corona e, mais especificamente, dos “lockdowns”, ao mesmo tempo “criando bases resilientes para o crescimento econômico sustentável no futuro”, nas palavras da chanceler alemã ­Angela Merkel.

Como são abrangentes os esforços do ­governo federal, isso pode ser visto a partir dos programas de apoio a empresas, empregados e outras instituições. A ajuda é fornecida, por exemplo, através da “Lei de Garantia da Ocupação”, que facilita e financia o trabalho em horário reduzido. Além disso, pagamentos diretos foram feitos no âmbito do programa de “Ajuda Econômica ­Extraordinária”, e foram criados os programas “Garantia de Vagas de Aprendizagem” e “Proteção das Cadeias de Fornecimento”, que protege os fornecedores contra as inadimplências. Também é prestada ajuda especial às mais de 900 empresas inclusivas, nas quais trabalham pessoas com deficiência. Os clubes esportivos são apoiados pela “Coronahilfen Profisport”, cinemas, teatros e festivais de música se beneficiam do programa de emergência e de futuro “Neustart Kultur”. Os projetos dos Estados complementam estas ajudas do governo federal.  

Um aspecto central da abordagem do governo federal é apoiar as famílias durante os períodos em que as escolas e creches estão fechadas ou só trabalham de maneira muito limitada. Além de pagamentos diretos às famílias, as regras sobre o tempo livre para cuidar de crianças e o direito a benefícios de reposição salarial durante esse período são adaptadas para atender às exigências. A OCDE elogia estas medidas de política econômica como uma política bem sucedida para superar a crise, em comparação internacional. Nisso baseia-se também a esperança do governo alemão de uma recuperação significativa da economia em 2021 e de um crescimento do Produto Interno Bruto ­entre três e quatro por cento.

Combater juntos o vírus

Todas as medidas visam ganhar tempo até que a Covid-19, com a ajuda de vacinas, possa ser impedida de se espalhar ainda mais e a vida pública possa ser retomada. Dos maiores êxitos fazem parte o primeiro teste confiável do coronavírus, que foi desenvolvido na Alemanha, e também a primeira vacina aprovada na Europa: o preparado da empresa Biontech, sediada em Mainz, e seu parceiro americano Pfizer (ver página 40). É precisamente a pesquisa sobre a doença, o desenvolvimento de medicamentos e a luta contra a pandemia com vacinas que o governo alemão vê não como uma tarefa nacional, mas como uma tarefa internacional. A chanceler Angela Merkel mencionou isto até mesmo em seu discurso de Ano Novo. Segundo ela, os fundadores da Biontech lhe haviam dito que pessoas de 60 nações trabalhavam em sua empresa. “Nada pode mostrar melhor”, disse a chanceler, “que é a cooperação europeia e internacional, é o poder da diversidade, que traz o progresso”.

© www.deutschland.de

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