Alianças fortes
Os desafios, que acompanham uma feliz política externa, mudam rapidamente. A Alemanha reage a essa mudança, assumindo a responsabilidade por um desenvolvimento global sustentável, em cooperação com seus parceiros.

As crises e os conflitos parecem estar sempre presentes nestes dias. As normas existentes desmoronam e o mundo se transforma cada vez mais rapidamente. Por isso, a política externa alemã segue, com maior decisão ainda, os seus objetivos prioritários, ou seja, a paz e a segurança no mundo. Mas os caminhos em direção a esses objetivos têm de se adaptar às circunstâncias atuais. A Alemanha quer dar uma nova direção à sua política externa, para superar os complexos desafios e responder à reivindicação que lhe é posta pelas pessoas deste país e do mundo. Muitas delas veem a Alemanha na obrigação de assumir a liderança na defesa dos direitos humanos, na prevenção de guerras
e violências, na mediação política e na ajuda humanitária.
Debate aberto
O projeto “Review 2014 – Aussenpolitik weiter denken” (Revisão 2014 – continuar desenvolvendo a política externa) fez novamente as novas exigências ficarem bem evidentes. O Ministério Federal das Relações Externas convidara os cidadãos, os peritos em política externa e os próprios funcionários a participar desse debate. Muitas pessoas corresponderam a esse pedido, participando em foros, em negociações simuladas ou na plataforma online www.review2014.de, discutindo sobre essa nova orientação. O resultado foi um grande número de valiosas contribuições que serão consideradas no processo de transformação. Muitas delas reconhecem o modo pelo qual a Alemanha vem assumindo responsabilidade no mundo. Mas existe também o desejo de que isso seja feito de uma maneira mais intensa. Uma questão muito discutida é também a de que uma política externa atual precisa ampliar sua visão, pois, ao lado da defesa ou do desarmamento, os direitos humanos, a economia, a ecologia e a sociedade também desempenham um papel muito importante. Por isso, a Alemanha vem promovendo a defesa dos direitos humanos, um sistema econômico sustentável, a proteção internacional do clima e do meio ambiente e um intenso intercâmbio cultural.
Engajamento múltiplo
Agir a tempo e com mais decisão quando há sinais de crise. Ter maior participação na proteção do clima, nas questões dos direitos humanos e em organizações multilaterais. Estas esperanças depositadas na política externa da Alemanha combinam com um país que já se preocupa com a equiparação de interesses e com a cooperação em parceria. A integração da Alemanha em uma Europa, cujo crescimento está se tornando cada vez mais denso, e sua sólida implantação na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) já são hoje o “ADN” da política externa alemã. A Alemanha engaja-se de diversas maneiras em organizações de cooperação multilateral, como a ONU, à qual a Alemanha já pertence desde 1973. Em 2018, a Alemanha pretende candidatar-se pela sexta vez a membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para o período de 2019 a 2020. Este país quer verificar como ele pode cooperar mais diretamente com a ONU para a construção e manutenção da paz, sendo que, neste particular, pensa-se também no emprego de meios militares para assegurar as soluções políticas.
Integração europeia
A integração europeia continua sendo uma das questões centrais da política alemã. Através do Tratado de Maastricht, a União Europeia introduziu no ano de 1993 uma “Política Externa de Segurança Comum” (PESC), ciente de que os Estados-membros só poderiam ter peso internacional se eles agissem juntos. Desde que o Tratado de Lisboa de 2009 passou a vigorar, as relações externas da Comunidade Europeia passaram a ser coordenadas pela alta representante da Política Externa e de Segurança. A partir de 2014, esta função foi assumida pela italiana Federica Mogherini. A UE se impôs a si mesma um espectro temático muito amplo, cujos objetivos mais importantes são a preservação da paz, a consolidação da segurança global e o desenvolvimento de democracias e Estados de direito. Os setores concretos de ação são, por exemplo, a ajuda humanitária e a cooperação ao desenvolvimento. Com respeito à proteção do clima, a União Europeia vem se engajando na formação de uma aliança em prol de um pacto juridicamente vinculativo. Ela promove a política com os países vizinhos do Leste e da região sul do Mar Mediterrâneo, ocupando-se com os temas concernentes à migração e ao terrorismo e apostando na promoção de um sistema de comércio que seja mais livre e mais justo. Para poder levar a cabo um número tão grande de tarefas, é necessário que haja pessoas que se engajem. Foi o que aconteceu com o Tratado de Lisboa, que proporcionou a criação do Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), o corpo diplomático da UE formado de 3 500 funcionários, entre eles, muitos diplomatas alemães.
Preservar as liberdades fundamentais
O governo federal alemão e seus parceiros europeus defendem os padrões dos direitos humanos, desenvolvendo-os continuamente. Isto acontece sobretudo em cooperação com o escritório do alto comissário dos Direitos Humanos em Genebra. Neste particular, a política alemã assume o dever de criar condições sólidas para que a opressão, a arbitrariedade e a exploração não tenham chance de serem implantadas. Esta é uma reivindicação originária da Lei Fundamental da Alemanha, onde, no Artigo 1, os direitos humanos são citados como o fundamente de toda sociedade humana, da paz e da justiça.
Agir sustentavelmente
O governo federal alemão atua em conformidade com os objetivos concernentes a um estilo econômico e existencial sustentável, interpretando a sustentabilidade como um projeto integral que também engloba as dimensões sociais e ecológicas. O governo federal alemão assentou em 2002 os importantes pontos de orientação de uma estratégia de sustentabilidade, que vem sendo continuamente desenvolvida. Além disso, a Alemanha também coopera na introdução de padrões de sustentabilidade, tanto a nível europeu como a nível global. Depois da expiração do prazo para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas, em 2015, a Comunidade Mundial encontrava-se diante do desafio de criar uma agenda para o futuro, a qual também pudesse assegurar uma boa qualidade de vida para as próximas gerações. Entre essas questões urgentes estão o combate à pobreza, a preservação dos recursos naturais, a promoção de um trabalho digno, uma boa conduta governamental e a participação social. As posições centrais formuladas pela Alemanha foram incluídas na nova agenda. Durante a presidência alemã do G7 e da cúpula do G7 em junho de 2015 no castelo de Elmau, na Baviera, a questão da sustentabilidade passou a assumir uma importância decisiva. A “Post-15-Agenda” traçou novos e importantes rumos.
Novos temas
O objetivo da política externa não são apenas as crises e os conflitos, mas também a criação de condições para uma boa qualidade de vida. A globalização é responsável pela forte transformação do dia a dia, também na Alemanha. A crescente interconexão digital traz consigo mais inovações, desenvolvimentos e alívios, mas também novas questões e desafios. A digitalização, por exemplo, torna necessária, hoje em dia, uma política externa cibernética. É preciso encontrar respostas urgentes e amplas para as novas questões da proteção de dados e dos direitos da personalidade. Quanto a isto, a Alemanha também quer assumir responsabilidade.