Voluntários na campanha contra o ebola
A Alemanha apoia a luta contra a epidemia de ebola na África Ocidental, financeiramente, com pessoal especializado e com a ajuda de iniciativas privadas.

Nicolas Aschoff, Simon Scheiblhuber e Till Eckert, estudantes de medicina da Universität Witten/Herdecke na Renânia do Norte-Vestefália planejavam criar, no âmbito dos seus estudos, um centro de isolamento para pacientes com ebola em Makeri, Serra Leoa. Quando partiram para Serra Leoa, o ebola ainda não havia transposto as fronteiras desse país. No entanto, durante a sua estadia, o vírus o "avançou" até o seu hospital. Enquanto todos fugiam, eles permaneceram no local. Uma entrevista com Nicolas Aschoff sobre a missão.
Senhor Aschoff, quais são as prioridades no planejamento e montagem de postos de tratamento de pacientes com ebola em hospitais já existentes?
Primeiro, temos que garantir a aceitação dos funcionários. Foi preciso um grande trabalho de persuasão e dar treinamento aos cuidadores. Além disso, havia apenas três médicos no hospital, e estavam muito sobrecarregados.
Quais são as maiores dificuldades no combate à doença em Makeri?
O maior problema é o medo. Temos que motivar constantemente os cuidadores para que entrem nos centros de isolamento e, claro, entrar com eles. Mas na nossa enfermaria ninguém foi contaminado com o vírus. Ter cuidado ao despir o equipamento de proteção depois do trabalho é o seguro de vida. Contudo, volta e meia falta água com cloro para a desinfecção, e o fornecimento de equipamentos de proteção individual poderia ser mais rápido.
Quantos profissionais são necessários para tratar um paciente com ebola?
Três cuidadores e um funcionário de limpeza, responsável apenas pela higiene e a desinfecção. Essa pessoa carrega nas costas o frasco borrifador contendo água com cloro. A alimentação fica a cargo dos familiares.
Até agora, quantas pessoas foram ajudadas na enfermaria montada por você e os seus colegas de curso?
Mais de 20 pacientes. Na verdade, o tratamento de pacientes infetados com o ebola é fácil, porque a única coisa que podemos fazer é dar líquidos, alimentos e administrar medicamentos para combater os sintomas. Para isso, não é preciso especialistas. Neste momento, a nossa enfermaria está sendo ampliada. Em seguida, poderemos ajudar dezenas de pacientes. Estamos recolhendo donativos para esse fim.