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“Isso é o nosso seguro de vida”

Missão contra a fome. Stefan Schmitz é diretor da Fundação Crop Trust, que em caso de emergência, poderia garantir a alimentação para todo o mundo.

Matthias Vogel, 28.08.2022
Stefan Schmitz protege as sementes do mundo.
Stefan Schmitz protege as sementes do mundo. © Stefan Schmitz

O escritório de Stefan Schmitz (64 anos de idade) fica em um lugar histórico, onde antigamente os deputados do Bundestag (Parlamento Alemão) trabalhavam. Considerando-se o tamanho desse escritório e a vista sobre o Reno, Schmitz presume que esse lugar de trabalho pertencia antigamente no mínimo a um presidente de partido. Mas Schmitz não faz política e seu trabalho também é muito importante, pois ele é diretor da iniciativa “Um mundo sem fome” – um programa de 1,5 bilhão de euros –, do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ). Sendo diretor-executivo da Fundação Crop Trust, ele vem angariando fundos para preservar a biodiversidade e a diversidade de espécies de sementes de plantas úteis. Trata-se de garantir a alimentação da população mundial.

Portão de entrada do banco genético Svalbard Global Seed Vault (SGSV) em Svalbard.
Portão de entrada do banco genético Svalbard Global Seed Vault (SGSV) em Svalbard. © picture alliance / ZB

O Fundo Fiduciário Mundial para a Diversidade de Culturas Vegetais existe desde 2004. Até hoje, ele já recebeu 300 milhões de dólares. Com este capital e seus juros é financiada a mais importante instituição de sementes do mundo, cujo projeto central é o Banco de Sementes de Svalbard, onde se preserva 1,1 milhão de amostras de diversas sementes, respectivamente 500 unidades de duplicados idênticos de sementes de plantas úteis. “É como se fosse o seguro de vida para a futura alimentação do mundo”, diz Schmitz. “Queremos estar preparados para qualquer catástrofe”. Não sabemos o que vem aí”.

O Banco de Sementes de Svalbard, no Ártico, é o seguro de vida.
Stefan Schmitz, diretor-executivo da Fundação Crop Trust

O que poderia acontecer? Doenças ou pragas de plantas, catástrofes naturais e guerras, como a guerra civil de 2011 na Síria. Um importante banco genético em Aleppo, que também fornece sementes aos agricultores das regiões áridas do Oriente Médio, enviou pacotes de sementes de velhas espécies de trigo, de lentilha, de cevada e de feijão-fava ao Banco de Sementes do Ártico. “Desta maneira, mesmo tendo sido depois destruído, o banco genético de Aleppo pôde seguir seu trabalho”, diz Schmitz.

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A tarefa de Crop Trust é enorme. A urgência de tempo é grande pela falta de dinheiro e pela crescente necessidade de áreas para povoações. É necessário que se encontrem espécies vegetais resistentes a secas, a temperaturas elevadas e a chuvas intensas. “Espécies de plantas silvestres, que também pertencem às famílias de nossas plantas cultivadas, estão desaparecendo, antes que possamos preservar as suas sementes”, diz Schmitz. E 300 milhões de dólares seriam bastante dinheiro, mas seria necessário o triplo dessa soma para levar a cabo essa missão.

Vista do interior subterrâneo do banco genético.
Vista do interior subterrâneo do banco genético. © picture alliance / ZB

Mas Stefan Schmitz não desanima, pois “diversity matters” continua sendo o seu lema. Por falar nisso, sua planta preferida é o tomate, que ele próprio já está cultivando. Será que as sementes da sua casa também serão depositadas em Svalbard? Schmitz ri. “Não, não! Sou geógrafo. Só cultivo plantas porque gosto da cozinha mediterrânea e porque os tomates fazem bem à saúde”.

© www.deutschland.de

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