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Tudo é útil

Camisetas que servem para compostagem e lavadora de roupa renovável – como o “Cradle to Cradle” pode revolucionar o consumo.

01.11.2018
“Cradle to Cradle“: Esta camiseta serve para compostagem.
Esta camiseta serve para compostagem. © C&A

Michael Braungart desenvolveu, juntamente com o americano William McDonough, o conceito de "Cradle to Cradle" (“do berço para o berço”): produtos que podem, técnica e biologicamente, serem completamente reaproveitados. Como professor, ele leciona na Universidade Leuphana de Lüneburg e na Universidade Erasmus em Roterdã.

Professor Michael Braungart
Professor Michael Braungart © dpa

Sr. Braungart, a Alemanha é tida como campeã mundial de reciclagem. Isso é motivo de orgulho?
Não. A reciclagem de embalagens é “downcycling” e assim um processo inferior. Um produto que se torna lixo é de má qualidade. Além disso, eu considero a reciclagem como inimiga da inovação. As coisas novas não chegam ao mercado porque as velhas foram otimizadas. Nós aperfeiçoamos a economia do lixo, em vez de desenvolver produtos melhores.

A reciclagem é inimiga da inovação.
Professor Michael Braungart, inventor do princípio do “Cradle to Cradle”

Por que o “Cradle to Cradle” é melhor que a reciclagem?
Porque os materiais podem ser completamente reutilizados, seja na biosfera ou na tecnosfera. Eu desenvolvi, por exemplo, material para os assentos de trens, que acabam como composto para a jardinagem – em vez de ser incinerado como lixo contaminado.

Na Alemanha, a proteção do meio ambiente significa evitar, poupar, renunciar, reduzir. A sustentabilidade, que surge daí, é hostil à tecnologia e faz do cliente um inimigo. No “Cradle to Cradle” não se trata de moral, mas sim de inovação e qualidade: tudo é útil, em vez de menos prejudicial. Quanto mais você compra, tanto melhor.

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Como reage a indústria?
A indústria reage com euforia, pois não se trata mais de evitar qualquer coisa, mas sim de inovação, qualidade e beleza. Além disso, no mundo digitalizado, a indústria tem de mudar a sua prática e vender a utilização, em vez das máquinas.

O senhor pode tornar isso mais claro com um exemplo?
Uma lavadora roupa, que tem vida útil de 50 anos, é a maior peste, pois eu não recupero os materiais e porque assim uma nova técnica que poupa água não chega ao mercado. Mas se eu vender apenas o uso da lavadora, então a inovação pode propagar-se. Nós desenvolvemos uma lavadora de roupa, com a qual são vendidos ao cliente apenas 3.000 lavagens. Para a sua fabricação me bastam apenas cinco até oito componentes de alta qualidade, em vez de empregar 150 peças baratas de plástico.

E depois de 3.000 lavagens, eu recebo então uma máquina nova?
Não, os 20 % de componentes antiquados são trocados e os outros 80 % permanecem.

Já existem produtos “Cradle to Cradle” prontos para o mercado?
Sim, já existem mais de 11.000 produtos certificados como “Cradle to Cradle”.

Entrevista: Tanja Zech

© www.deutschland.de

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