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Alto-Alemão e Baixo-Alemão

Como fala a gente do Sarre e da Saxônia? Quantos dialetos existem? O linguista Stephan Elspass explica as peculiaridades da língua alemã.

Inka Schmeling, 27.11.2022
Stephan Elspass é linguista na Universidade de Salzburgo.
Stephan Elspass é linguista na Universidade de Salzburgo. © privat

Stephan Elspass, linguista da Universidade de Salzburgo, é coeditor do “Atlas da Língua Alemã Cotidiana” (www.atlas-alltagssprache.de). O atlas participativo coleta e mostra como são diferentes os dialetos no mundo de língua alemã.

Sr. Elspass, quantos dialetos alemães existem?
Ninguém pode dizer com certeza. No passado, cada povoado falava seu próprio dialeto. Hoje existem variedades mais extensas. E mesmo aqueles que não falam dialeto têm diferenças regionais em seu alto-alemão – nós falamos de “sotaques regionais” e “regioletos”.

Quais são as diferenças regionais?
Por um lado, existem características fonéticas, ou seja, um certo sotaque no alto-alemão. E depois há o vocabulário. Com isso pode-se reconhecer facilmente de onde alguém vem – não existe tal coisa como um alemão padrão.

Onde as diferenças regionais são maiores: entre o Norte e o Sul ou entre o Leste e o Oeste?
Entre o Norte e o Sul. Há uma fronteira que nós linguistas chamamos de “linha do Meno” – também é conhecida comumente como “equador da salsicha branca” (“Weißwurstäquator”). Ela transcorre – como o nome sugere – aproximadamente ao longo do rio Meno, e da foz do Meno dobra no Oeste ligeiramente para o Sudoeste. Esta linha corresponde aproximadamente à fronteira entre a esfera histórica de influência da Prússia no Norte e os Estados ao sul da Prússia. E ainda hoje ela representa importante fronteira de linguagem e mentalidade.

E entre o Leste e o Oeste...
... as diferenças são menores. Veja, por exemplo, os dialetos na Saxônia e Sarre, ambos são dialetos centrais alemães. Em muitos aspectos, eles são muito parecidos.

O Instituto da Língua Alemã (Institut für Deutsche Sprache) constatou que, na Saxônia e no Sarre, assim como na Baviera, Baden-Württemberg, Renânia-Palatinado e Turíngia, os dialetos são falados com mais frequência. Por que isso acontece?
Isso acontece porque os dialetos do centro e sul alemães são dialetos do alto-alemão e, portanto, têm mais semelhança com a língua escrita do alto-alemão. Por outro lado, a língua escrita do baixo-alemão desapareceu. No Norte, portanto, a pressão de adaptação foi muito maior. Se o dialeto não for cultivado, ele desaparece rapidamente, em três gerações.

Também estão surgindo novos dialetos?
O chamado “Kiezdeutsch” é frequentemente citado como uma nova variedade, embora não como um dialeto. É composto de características de vários idiomas que estão em contato entre si. Por exemplo, a falta de artigos e preposições em turco dá origem a frases como “Você vem estação?”. Jovens de língua alemã também acabam adotando isto. Este é um fenômeno claramente urbano.

© www.deutschland.de

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