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Indo ao encontro das pessoas

As “Kiezmütter” de Berlim ajudam famílias com histórico migratório, beneficiando-se também a si próprias através desse trabalho.

13.04.2017
© Diakoniegemeinschaft Bethania gGmbH

Alemanha. Esta família tem muitas mães, ou seja, mais de 500. E todas estas mulheres receberam formação profissionalizante da iniciativa „Kiezmütter“, ativa desde 2006.  Estas mulheres colaboram na integração dos imigrantes em Berlim, ajudando-os na inscrição dos seus filhos na escola, auxiliando-os a consultar um médico ou a resolver a papelada burocrática. E essas mães se encorajam mutuamente. “Somos uma grande família”, diz  Shiva Saber Fattahy, a criadora da ideia.

Tudo começou no bairro de Mohabit, no distrito central Mitte, de Berlim, onde vivem muitas pessoas com histórico migratório e muitos refugiados. Todos eles têm muita dificuldade em organizar seu dia a dia, pois não conhecem as ofertas e os recursos que existem e também porque muitos deles não têm bons conhecimentos de alemão. É aqui que as “Kiezmütter” (mães do “Kiez”, determinado quarteirão habitacional) entram em ação, tomando contato com as famílias e ganhando sua confiança. Muitas dessas mães também têm, elas próprias, experiências migratórias, vêm dos mesmos países que as pessoas que ajudam, ou seja, do Irã, do Afeganistão, da Síria, do Iraque ou do Sri Lanka. “Todas as línguas, que são faladas em Mohabit, também são faladas por nossas mães”, diz Saber Fattahy, que emigrou do Irã para a Alemanha. 

Formação com cursos de computador

Em vez de esperar que as famílias se dirijam e elas, as mães do Kietz vão ao encontro delas. E são sempre recebidas de braços abertos? Os homens dessas famílias ficam um tanto receados no começo, quando uma mãe do Kiez vem ao encontro de sua família, diz Saber Fattahy. “Mas a maioria deles nota logo que queremos realmente ajudar e que não temos nenhuma agenda política ou religiosa”.

 

Neste meio tempo, as mães do Kiez também vêm atuando em outros bairros de Berlim. Essa iniciativa é apoiada por uma fundação e pela Agência Federal do Trabalho, tanto que essas mulheres também podem receber um salario pelo seu trabalho. Antes de começar seu trabalho, elas fazem uma formação profissionalizante de seis a nove meses, que inclui cursos de língua, de computadores, conhecimentos sobre a educação e a alimentação, proporcionando-lhes também um uma vista geral sobre as ofertas oferecidas pela cidade, as quais elas transmitem depois às famílias. Para receber a qualificação de “Mãe do Kiez”, elas têm de fazer um estágio prático de quatro semanas, por exemplo, em um jardim da infância ou em um consultório médico. 

 “Essas mulheres também são beneficiadas pelo seu trabalho”, diz Saber Fattahy. Através do seu engajamento, muitas delas encontram depois seu próprio caminho. Por esta razão, a iniciativa pretende instruir anualmente de 20 a 40 mulheres. Saber Fattahy tem um sonho: a atividade de mãe do Kiez deverá se tornar futuramente uma profissão séria e reconhecida.

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