Estreia de filme depois de 44 anos
A adaptação de “Baal”, de Bertolt Brecht, para o cinema, estreia na 64ª Berlinale.
O grande cineasta alemão Volker Schlöndorff concorre na 64ª Berlinale, o Festival Internacional de Cinema de Berlim, com dois filmes: “Diplomatie”, seu filme sobre o general Dietrich von Choltitz, que se recusou a cumprir a ordem de Hitler de destruir Paris, e “Baal”, a adaptação da obra de Bertolt Brecht, proibida de ser apresentada durante 44 anos. Segundo a mídia, Helene Weigel, a viúva de Brecht, dissera que essa obra era “horrível”. Weigel era herdeira de Brecht, tendo assim direito às obras teatrais do escritor. Ela dispôs em 1970 no seu testamento que esse filme teria de ficar no arquivo e nunca poderia ser mostrado.
Schlöndorff, Fassbinder e os outros
A peça “Baal” tinha sido filmada em 1969 por jovens alemães, que depois se tornariam famosos: Volker Schlöndorff, Margarethe von Trotta e Rainer Werner Fassbinder, que assumiu o papel principal. Esse elenco improvisado contou também com a participação de Hanna Schygulla e do jovem câmera Dietrich Lohmann, que mais tarde iria trabalhar em Hollywood. Schlöndorff, na época com 30 anos, era o único representante do novo cinema alemão, reconhecido em Cannes com seu filme “Mord und Totschlag”. Os outros diretores da adaptação cinematográfica dessa peça autobiográfica de Brecht ainda estavam no começo da sua carreira.
Tanto o editor de “Baal” como os cineastas tinham se engajado dezenas de anos para que essa obra fosse apresentada. Foi apenas há dois anos que Juliane Lorenz, da Fassbinder Foundation, conseguiu convencer Barbara Brecht-Schall, filha de Weigel, a liberar o filme branco e preto, que então foi restaurado, tornando-se obrigatório para todos que se interessarem pela história contemporânea e pela história do cinema.
Festival Internacional de Cinema de Berlim, de 6 a 16 de fevereiro de 2014
