Qual é o futuro do jornalismo?
“Quebrando barreiras, construindo pontes” – esse é o lema sob o qual os profissionais da mídia internacional estão discutindo no Global Media Forum 2025.

Um murmúrio de vozes em diferentes idiomas paira no ar. Pessoas de todas as partes do mundo aglomeram-se nos corredores da Bundeskunsthalle, em Bonn. O ambiente é animado e marcado por um objetivo comum: defender o jornalismo contra ameaças crescentes. Cerca de 1700 profissionais da mídia de mais de 100 países aceitaram o convite da Deutsche Welle (DW) para participar do Global Media Forum, com o tema “Quebrando barreiras, construindo pontes”, a fim de trocar ideias e buscar soluções conjuntas.
O futuro do jornalismo
Para Nathanael Liminski, Ministro dos Assuntos Federais e Europeus, Relações Internacionais e Mídia da Renânia do Norte-Vestfália, “crise, guerra e mudança” marcam nossos tempos. Diante desses desafios, Liminski considera que há uma questão urgente a ser respondida: Como garantir o futuro do jornalismo independente? Existem propostas concretas dadas diretamente pelo público: Através do código QR, os ouvintes podem participar das discussões no palco. “Acesso livre”, “transparência”, “objetividade” ou simplesmente “dinheiro” são algumas das respostas do público à pergunta sobre como a mídia pode continuar relevante.

Desafios impostos pela inteligência artificial e pela desinformação
Um dos maiores desafios para o jornalismo é lidar com a inteligência artificial (IA). Em diversos painéis e workshops, o tema será abordado sob diferentes perspectivas no primeiro dia do Global Media Forum. O ministro Liminski defende a regulamentação da inteligência artificial, pois os autores e criadores devem ser protegidos contra a IA. Além disso, deve-se restringir a divulgação descontrolada de desinformação.
Marta Kos, Comissária Europeia para o Alargamento e a Política Europeia de Vizinhança, faz uma classificação pertinente em relação aos algoritmos nas redes sociais: “Enquanto as mentiras são baratas, descobrir a verdade é caro.” A desinformação é uma “ameaça fundamental” ao jornalismo livre e independente e à democracia em geral. A comissária da UE apela ao público: “Na batalha das narrativas, temos que contar as melhores histórias.”

A maneira certa de lidar com a IA
Mas como é possível lidar com a IA? Neste contexto, surge repetidamente a palavra-chave “competência em mídia e IA”, necessária tanto para os profissionais da mídia quanto para os usuários. No painel “Entre eficiência e ética – IA no jornalismo”, fica claro que o uso sensato da IA também pode trazer oportunidades. Nikita Roy, a jornalista canadense e especialista em IA, aponta a possibilidade de treinar a IA de acordo com as necessidades específicas de uma redação. Pode-se economizar tempo no trabalho editorial diário ou criar novas maneiras de interagir com os usuários. Os participantes do debate concordam que não seria aceitável que a IA substituísse o trabalho dos jornalistas.

Freedom of Speech Award
No âmbito do Global Media Forum, o DW Freedom of Speech Award 2025 foi entregue à jornalista georgiana Tamar Kintsurashvili. Kintsurashvili é diretora executiva e editora-chefe da Media Development Foundation e da plataforma de verificação de fatos Myth Detector. Assim, apesar das ameaças contra ela e sua família, ela está comprometida em reforçar a liberdade de mídia na Geórgia diariamente. Na cerimônia de entrega dos prêmios, realizada em 7 de julho de 2025, Kintsurashvili destacou em seu discurso de agradecimento a colaboração com seus colegas: “Esta honra não é só minha; é de toda a equipe de jornalistas profissionais, verificadores de fatos e especialistas que pesquisam a desinformação e estão na linha de frente da guerra híbrida.”