Prestes a irromper?
Rafael Laguna de la Vera crê que inovações disruptivas poderiam resolver muitos problemas do mundo. Ele conta aqui o que ele quer dizer com isso.
Rafael Laguna de la Vera é fundador e diretor da Agência Federal de Inovações Disruptivas (SPRIN-D). Quatro perguntas ao antigo fundador de startups e empresário de tecnologias.
Senhor Laguna de la Vera, a sua agência visa promover inovações disruptivas. Já existem os primeiros candidatos?
Começamos em 1º de janeiro de 2020 e recebemos, até agora, mais de 800 apresentações de projetos. Segundo nossa validação, 60 propostas têm o potencial para se tornar uma inovação disruptiva, sendo que seis projetos já estão sendo financiados. Pontos centrais são o meio ambiente e a energia. Trata-se, por exemplo, de retirar das águas o microplástico descartado, usando para tanto pequenas bolhas de ar ou trata-se da produção de energia através de turbinas eólicas de grande porte, das quais esperamos conseguir um preço de energia abaixo de 3 centavos de euro por KW/H.
Parecem ser inovações maravilhosas, mas o que são inovações disruptivas?
Inovações disruptivas são inovações que podem melhorar nossas vidas sustentavelmente. Não precisamos de nenhuma outra inovação artificial. Fazer compras, chamar o taxi, sair de férias – tudo isto já é possível através de Amazon, Uber e Airbnb. Precisamos de inovações disruptivas que melhorem a vida do maior número possível de pessoas na maior medida possível. Este é o caso das turbinas eólicas de grande porte e das modernas instalações de tratamento de águas residuais.
Como a Alemanha se posiciona internacionalmente neste assunto, tanto do ponto de vista histórico como da atualidade, ou seja, desde a impressão do livro até Biontech?
Nos últimos tempos, as inovações disruptivas, que nós aqui na Alemanha não só inventamos, mas também desenvolvemos, vieram, em maior parte, da indústria automobilística ou química. Mas Biontech é naturalmente fantástica, pois essa empresa não só desenvolveu a inovadora vacina com a tecnologia mRNA, mas também a padronizou e comercializou. Neste meio tempo, essa firma se tornou uma empresa na casa dos bilhões. Todavia, isto é a exceção e não a regra. E nós queremos mudar isso.
Se o senhor pudesse desejar uma inovação disruptiva, qual seria ela?
Poderíamos solucionar 50 por cento dos problemas do mundo, se tivéssemos uma fonte de energia que fosse tão barata que não valeria a pena nem mesmo prestar contas dela. Isso não é uma coisa tão impossível, pois estamos nadando em um mar de energias. O caso é que ainda não conseguimos dar a essa energia a amplidão necessária para conseguirmos uma forma de a transportar e armazenar. Uma solução seria a fusão nuclear. Seu completo desenvolvimento seria então apenas uma questão de custos. Neste particular, esperamos atualmente uma aceleração do seu desenvolvimento através de startups e de novas tecnologias.
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