Vida sob a terra: O fascínio dos morcegos

Dr. Ripperger, como você começou a pesquisar morcegos?
Meus estudos de Biologia em Ulm me levaram à Costa Rica por um ano. No local, fiquei fascinado com o papel fundamental que os morcegos desempenham nas florestas tropicais. Eles polinizam flores, espalham sementes e, como insetívoros, mantêm as populações em equilíbrio.  

Atualmente você está pesquisando morcegos na Alemanha? 
No Escritório do Estado da Baviera para o Meio Ambiente, meu foco é a proteção de espécies nativas. Parte do trabalho consiste em monitoramento – registramos onde cada espécie ocorre e como as populações se desenvolvem. Além disso, realizamos pesquisas básicas e investigamos quais são as necessidades dos animais em relação ao seu ambiente, a fim de definir medidas de proteção específicas. 

Por que os animais passam tanto tempo debaixo da terra? 
Para a hibernação, eles precisam de temperaturas frias, um pouco acima de zero grau, para desacelerar o metabolismo e sobreviver à estação fria em “modo de economia de energia”. Cada despertar desnecessário consome energia e pode colocar os animais em risco de vida. Os alojamentos subterrâneos oferecem condições ideais para isso. No norte da Baviera, mais de 1000 adegas, muitas delas adegas de cerveja históricas, foram analisadas nos últimos 15 anos. Contamos mais de 50.000 morcegos. 

Você trabalha com tecnologia avançada em suas pesquisas? 
Em uma equipe interdisciplinar, desenvolvemos uma rede de sensores sem fio em miniatura. Os sensores, que foram colados na pele das costas dos morcegos, pesam apenas um grama, incluindo o minicomputador, a bateria e a caixa. Eles comunicam entre si e fornecem dados a cada segundo sobre quais animais estão se aproximando uns dos outros, quando e como. Assim, pudemos compreender pela primeira vez como os filhotes mudam de abrigo com suas mães – uma visão fascinante de seu comportamento social.