Novos impulsos
Mais atenção com as famílias, chances mais justas de carreira, maior abertura em relação aos imigrantes – sobre isto se debate na Alemanha.

Pais esforçados
Na Alemanha, os pais gostariam de passar mais tempo com seus filhos, mas querem trabalhar em horário integral. Este é o resultado um tanto contraditório de uma pesquisa do instituto Forsa, com o título “Pais 2014 – Entre desejo e realidade”. Para isto, foram indagados mais de 1000 pais entre 20 e 55 anos de idade. De qualquer maneira, segundo o Departamento Federal de Estatística, mais de um quarto dos pais solicitam hoje a ajuda estatal aos pais, instituída em 2007, que é paga às mães e aos pais até 14 meses depois do nascimento do filho. 77 % dos pais tiram licença paternidade por dois meses, 7 % por doze meses.
27,3 % dos pais tiram licença paternidade – um novo recorde
Exército moderno
Mais atratividade para famílias é um tema atual para todas as empresas – e também para as Forças Armadas alemãs. Logo após a sua posse no cargo, em dezembro, a ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, iniciou o debate sobre a guarda de filhos nos quartéis e o meio expediente para soldados e soldadas. Ela quer fazer das Forças Armadas alemãs um empregador mais atraente: a Bundeswehr só poderá se impor frente aos empregadores civis na “concorrência pelas melhores cabeças”, se forem adotados o meio expediente e a licença nascimento. A ministra pensa também sobre uma conta corrente de horas trabalhadas, na qual seriam creditadas as horas-extras e da qual se poderia sacar horas de lazer. Entre as suas primeiras medidas deverá estar a constituição de creches nas casernas, que devem ser o mais flexíveis possível.
Ursula von der Leyen, Ministra da Defesa
“Minha meta é tornar as Forças Armadas um empregador atraente”
Aceitação irrestrita
Muitas empresas e regiões na Alemanha apostam na “cultura das boas-vindas”, apoiando os novos empregados e moradores vindos do estrangeiro na sua adaptação. Programas de mentores estão entre as medidas clássicas. Algumas empresas oferecem também “workshops” para o trabalho conjunto em equipes culturalmente mistas. A plataforma on-line “career-in-germany.net” incentiva o intercâmbio de bons exemplos práticos. O portal de boas-vindas “make-it-in-germany.de” resume todas as informações importantes sobre a carreira e a vida na Alemanha.
5000 médicos adicionais são necessários no setor de saúde alemão
Trabalho flexível
A ministra do Trabalho Andrea Nahles deseja menos “disparates sobre presença obrigatória” nas empresas e amplo debate sobre cultura do trabalho. Quando se trabalha em equipe, todos podem substituir-se reciprocamente, até mesmo nos cargos de chefia. Nahles, que tem uma filha, deseja testar isto junto com seus colegas de trabalho. Também o ministro da Economia Sigmar Gabriel quer tirar pelo menos uma tarde livre por semana para dedicar-se à sua filha.
Andrea Nahles, Ministra do Trabalho
“Precisamos redefinir horário integral. É preciso acabar com a presença obrigatória”
Passaportes duplos
Até agora filhos de pais estrangeiros nascidos na Alemanha têm de optar, até os 23 anos de idade, pela cidadania alemã ou pela cidadania dos seus pais. O novo governo federal alemão pretende que, futuramente, todos os filhos nascidos e criados na Alemanha possam manter a cidadania alemã – adicionalmente à dos seus pais. Principalmente para a população de ascendência turca, o maior grupo de imigrantes, este tema é importante: a maioria dos jovens turcos nasceu na Alemanha, mas apenas a metade deles possui um passaporte alemão. Não deverá haver, contudo, a dupla cidadania para todos os estrangeiros que vivem permanentemente na Alemanha, independentemente de que tenham ou não nascido aqui.
112 300 imigrantes naturalizaram-se em 2012
Mulheres na chefia
Durante muito tempo discutiu-se na Alemanha, se seria sensato ou não impor uma cota de mulheres na chefia das empresas. Agora, a cota deverá ser introduzida. O governo federal decidiu-se por uma cota legal de mulheres nos conselhos fiscais. Assim, os grêmios de controle das empresas com ações na bolsa de valores deverão ter no mínimo 30 % de mulheres até 2016. Porém, não haverá inicialmente uma cota obrigatória nas diretorias. Em vez disto, os grandes conglomerados deverão definir, a partir de 2015, as suas próprias metas de aumento da cota feminina nos níveis de chefia.
6,3 % foi a cota de mulheres nas diretorias das empresas do DAX em 2013