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Assegurar as fronteiras no deserto

Patrulhas diárias, enormes distâncias, morar em contêineres. Sobre o dia a dia da Missão de Observação da ONU no Saara Ocidental.

13.02.2018
Capitão Tobias Randon na sua missão no Saara Ocidental
Capitão Tobias Randon na sua missão no Saara Ocidental © Lukas Gruber

O capitão Tobias Radon esteve seis meses estacionado no pequeno lugarejo de Agwanit, no Saara Ocidental. Sendo membro da Missão de Observação da ONU MINURSO, ele fora enviado ao Saara Ocidental, para controlar a linha de demarcação de uma região em conflito, a qual é reivindicada tanto pelo Marrocos como pelo movimento de independência Frente Polisário.

Senhor Radon, o senhor esteve estacionado em um posto externo. Qual é a situação lá?

Os Observadores Militares (Team Sites) vivem em contêineres. Existem nove agrupamento deles ao longo do muro de areia, o “Berm”, uma linha divisória de mil quilômetros no deserto, que separa os partidos em conflito. Cada agrupamento controla uma região ao longo da linha divisória. Somos lá uma dúzia de observadores militares. Cada um de nós mora em um contêiner. Existe também um contêiner para todos, usado como refeitório e escritórios.

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É bastante longe de todos....

O próximo grupo fica a 160 quilômetros de distância e pode ser alcançado só através da areia do deserto. De carro, demoramos 16 horas até o quartel-general. Um helicóptero traz água potável uma vez por semana. De quatro em quatro ou seis em seis semanas, um caminhão traz diesel. Têm-se de fazer pedidos para toda peça sobressalente, para todo parafuso.

Somos os olhos vigilantes no terreno, criando as condições básicas para que os mediadores façam seu trabalho.
Capitão Tobias Radon, sobre MINURSO, a Missão de Observação da ONU.

Como é o trabalho de um observador militar?

Saímos diariamente em dois grupos. São quatro soldados em dois jipes, para que um possa ajudar o outro, caso ele encalhe. A rota é determinada em um planejador GPS e não se pode desviar dela, pois o terreno está quase completamente minado.

Encalhado na areia do deserto – não existem estradas pavimentadas.
Encalhado na areia do deserto – não existem estradas pavimentadas. © Tobias Radon

E então o senhor controla se tudo está quieto?

Controlamos se os três acordos militares são respeitados, os quais o Marrocos e a Frente Polisário assinaram.

Talvez quieto demais? Essa missão já existe desde 1991, mas ainda não existe uma solução para esse conflito.

A operação é composta por uma instância político-civil e por uma instância militar. Somos os olhos vigilantes no terreno, criando as condições básicas para que os mediadores façam seu trabalho.

Quais foram os maiores perigos para o senhor na missão MINURSO?

As minas e as cobras. Havia muito delas.

A vida no deserto não é monótona?

Pratiquei muito esporte com meus camaradas. Jogávamos vôlei de praia ou contávamos uns aos outros coisas sobre nossos países. Foi, para mim, um tempo interessante e positivo.

A patrulha faz uma pausa.
A patrulha faz uma pausa. © Tobias Radon

Entrevista: Friederike Bauer

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