A Alemanha nas Nações Unidas
A Alemanha candidata-se a um mandato não permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas em 2019/2020.

Quando Willy Brandt discursou diante da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em 1973, como primeiro chanceler federal alemão, isso foi um grande momento para a Alemanha: a República Federal da Alemanha – e ao mesmo tempo a República Democrática Alemã (RDA) – tornaram-se membros da organização mundial, surgida dos escombros da Segunda Guerra Mundial e como resposta à agressão alemã. Fazer novamente parte dela, foi o sinal mais marcante de um retorno à comunidade internacional. Visivelmente emocionado, Brandt afirmou então: “Num mundo, no qual cada vez mais todos dependem de todos, a política da paz não pode parar na porta da própria casa”.
Hoje, mais de 40 anos depois, suas palavras continuam sendo atuais. E elas continuam descrevendo de maneira muito compreensível, porque as Nações Unidas constituem parte central da política externa alemã: porque ela – apesar de certas críticas – cria uma ordem internacional que, se não existisse, lançaria a comunidade internacional de volta ao século 19 com seus Estados nacionais. Desde então, a Alemanha submete-se a essa ordem internacional em questões de guerra e paz.
Ação pelos direitos humanos
Um componente importante do engajamento da Alemanha nas Nações Unidas é a ação mundial pelos direitos humanos. Ele faz parte dos pilares básicos da política externa alemã. Uma atenção especial é dada aos direitos das mulheres e das crianças, bem como ao fomento do direito básico à água potável e ao atendimento sanitário. Além disso, a Alemanha está entre os maiores parceiros de desenvolvimento – decorrente da convicção de que a paz e a segurança só podem ser garantidas duradouramente através do desenvolvimento.
A Alemanha presta, por isso, enormes contribuições – financeiras e políticas – às Nações Unidas. Como prova disso, é tido o engajamento alemão de longos anos por uma reforma do Conselho de Segurança, que não espelha mais as relações de poder do século 21, com os cinco membros permanentes – EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha, França – e seus direitos de veto. Porém, já que uma reforma é difícil e até agora não encontrou o necessário consenso na comunidade internacional, a Alemanha candidata-se em ciclos regulares a um mandato não permanente no importante grêmio: para 2019/2020, a Alemanha candidata-se pela sexta vez a um mandato bienal no Conselho de Segurança. Ao lado dos membros permanentes, também sempre fazem parte do Conselho de Segurança dez membros não permanentes, entre eles, três da África, dois cada um da Ásia, da América Latina, bem como da Europa ocidental ou do restante do mundo ocidental e um membro da Europa oriental.
Ativa em missões de paz
A Alemanha engaja-se de forma permanente pelas Nações Unidas. O país é o quarto maior contribuinte da ONU – após os EUA, Japão e China. Esse quarto lugar é ocupado pela Alemanha tanto no orçamento regular da ONU, como também nas missões de paz. O governo federal alemão contribui para os dois orçamentos, em 2016/2017, com mais de 1,3 bilhão de dólares. Desde há muitos anos, a Alemanha participa ativamente, além disso, das missões de paz. Atualmente, mais de 500 soldados de ambos os sexos e mais de 30 policiais prestam serviço sob a bandeira azul da ONU. A isso somam-se mais de 3.000 alemães em missões sob mandato da ONU, por exemplo, na OTAN.
Também o número de pessoas em necessidade aumentou, porque o mundo tem cada vez mais crises a superar. Frequentemente as pessoas fogem por causa de conflitos, de banimento, mas também de epidemias e de catástrofes naturais. A Alemanha destinou quase 1,2 bilhão de dólares à ajuda humanitária, somente em 2016, e é assim a terceira maior contribuinte. A isso somam-se quase 17,8 bilhões de euros de contribuições oficiais para o desenvolvimento, com os quais a Alemanha apoia projetos e programas em todo o mundo – das energias renováveis, campanhas de vacinação e educação, até a proteção das florestas. As Nações Unidas estão presentes também na Alemanha, principalmente no campus da ONU em Bonn, onde têm sua sede 19 das 28 instituições da ONU em toda a Alemanha.
“Paz – Justiça – Inovação – Parceria”
Mas, principalmente, a Alemanha está entre os mais engajados defensores do multilateralismo e, por isso, é tida sempre como parceira confiável da comunidade internacional. Seja nos conflitos do Oriente Próximo, como fomentadora da “Agenda 2030” ou como incentivadora da proteção internacional do clima – a política externa da Alemanha está ligada a uma densa rede de grêmios internacionais, negociações e tratados. Por isso, o governo federal adotou, de maneira consciente, o lema “Paz – Justiça – Inovação – Parceria” para a sua candidatura a um mandato não permanente no Conselho de Segurança. O lema esboça com exatidão as metas da política alemã da ONU para o século 21.
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