O “Stabilisation Leaders‘ Forum”
A estabilização é um tema importante da política externa alemã. Uma breve entrevista com Rüdiger König, diretor do Departamento de Prevenção de Crises, Estabilização, Assistência Pós-Conflito e Ajuda Humanitária no Ministério Federal das Relações Externas.
Senhor König, em 17 e 18 de outubro de 2016 haverá uma reunião de representantes de onze países, da UE e das Nações Unidas em Berlim, para discutir sobre questões de estabilização. Qual é o objetivo do “Stabilisation Leaders‘ Forum”?
Desde a guerra nos Bálcãs na década de 1990, nós aqui na Alemanha temos nos preocupado com as questões de estabilização. Já naquela época tínhamos feito esforços para apoiar nossas missões diplomáticas em prol de uma solução sustentável de conflitos, através de medidas locais, para dar às pessoas uma perspectiva, ou seja, os famosos “dividendos da paz”. Coisa semelhante também fizemos depois no Afeganistão, mas em maior dimensão. A despeito de de toda importância das missões militares em ambas as regiões, as medidas civis têm um significado decisivo para a credibilidade do nosso engajamento.
Infelizmente existem boas razões para supor que ainda teremos de contar, por longo tempo, com desenvolvimentos de crise no mundo. Por isso, o ministro federal das Relações Externas, Frank-Walter Steinmeier, decidiu em 2015 adaptar nossa posição interna, fundando o novo departamento S, ou seja, o Departamento de Prevenção de Crises, Estabilização, Assistência Pós-Conflito e Ajuda Humanitária, que, desde então, vem se preocupando em definir melhor nossas possibilidades de ação e em que nossos instrumentos venham contribuir para atenuar as crises e solucionar sustentavelmente os conflitos.
Neste ponto, não estamos sozinhos. Muitos Estados amigos também criaram estruturas semelhantes. O “Stabilisation Leaders‘ Forum” é uma fusão de importantes atores de estabilização. Fazemos reuniões regularmente, comparamos nossos projetos e aquilo que observamos na sua realização. Como podemos nos tornar, juntos, melhor ainda? Que adaptações são necessárias? Quem teve experiências especiais que possam ajudar os outros? Estes são os temas desse fórum.
O que o senhor entende exatamente sob estabilização?
Para nós, a estabilização é importante, principalmente logo depois de um conflito armado. Empregamos nossos instrumentos para apoiar os processos políticos de solução de conflitos e para atenuar a violência, o que deve ajudar a criar as bases para o estabelecimento de uma ordem legítima. Queremos evitar uma nova escalação da violência. Um exemplo: ajudamos a remoção de minas nas cidades liberadas do Estado Islâmico no Iraque, consertando também a canalização de água e a rede elétrica e reconstruindo as escolas e as estações de saúde. Desta maneira, criamos perspectivas para que os habitantes permaneçam lá, mostrando que o governo do Iraque e a Comunidade Internacional querem ajudar juntos e que eles são uma alternativa melhor frente ao terror do EI. Mas apenas estas medidas não podem garantir uma ordem de paz por longo tempo. Para uma consolidação sustentável da paz e da estabilidade é indispensável que haja ações que perdurem por um maior espaço de tempo. Para tanto, a nossa gestão de estabilização cria, no mínimo, algumas bases essenciais.
Que resultados concretos o senhor espera dessas reuniões?
Nós observamos as crises que todos os senhores conhecem através das manchetes: Líbia, Iraque, Síria. Queremos também discutir juntos, como podemos evitar que sobretudo os jovens venham a cair em um fanatismo militante. Para tanto, há impulsos muito interessantes. E, finalmente, olhamos também para a África, onde as eleições, que estão por ser realizadas, são frequentemente a causa de conflitos violentos. Sabemos quando as eleições acontecem. Agora, estamos procurando possibilidades para evitar, politicamente ou em projetos com a respectiva sociedade civil, que esses desenvolvimentos críticos previsíveis possam acontecer.
Stabilisation Leaders‘ Forum, em 17 e 18 de outubro de 2016 em Berlim
