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As ciladas da média

Walter Krämer é docente de Estatística em Dortmund e conhece as ciladas do valor médio. Mas ele também sabe quais fatos são muito bem descritos pelos alemães e quais não o são.

Martin Orth, 22.06.2020
Fotos de fãs em vez de espectadores no estádio
Fotos de fãs em vez de espectadores no estádio © picture alliance/dpa

Senhor professor Krämer, nosso tema é “A Alemanha, em média”. Quais dados e fatos o senhor usaria, como perito em estatística, para descrever as pessoas na Alemanha?

De acordo com os parâmetros usuais, como renda, bens, expectativa de vida, formação ao longo dos anos ou o número de filhos por família, os alemães representam uma média estimulante, em comparação com o resto da Europa. Até mesmo no consumo de cerveja per capita, eles já foram superados pelos tchecos e pelos austríacos. O que sai fora do normal é a sua paixão pelo carro, a sua ligação com a pátria e o seu entusiasmo pelo futebol. Durante a vida, os alemães mudam menos de lugar do que as pessoas em outros países, como nos EUA. Tendo mais de 7 milhões de associados, a Confederação Alemã de Futebol é a maior dessas associações esportivas do mundo. A média de espectadores por jogo da Bundesliga, a 1ª Divisão Alemã, é maior do que em todas as outras principais divisões da Europa. 

Professor Walter Krämer, docente de Estatística na Technische Universität Dortmund
Professor W. Krämer, docente de Estatística na Technische Universität Dortmund
O clichê do chucrute leva a interpretações errôneas
Professor Walter Krämer, docente de Estatística na Technische Universität Dortmund

O senhor também tratou da sua disciplina com bastante humor. Quais são os dados, que quando usados para descrever os alemães, podem ser interpretados de maneira falsa?

Vamos começar com a família média, cujo tamanho é de 1,3 pessoa. Aqui já se pode ver que o meio aritmético normalmente usado para deduzir a média leva a valores que não existem na vida real, assim como todo alemão tem em média exatamente 1,99999 perna. O clichê do chucrute leva a interpretações errôneas. Na Polônia, a população come o dobro de chucrute per capita. E uma única firma norte-americana no Estado de Nova York produz anualmente mais chucrute do que todos os produtores alemães juntos.

Quando os cálculos de média, empregados para descrever fatos complexos, chegam ao seu limite? Quando outros parâmetros são mais significativos, como, por exemplo, em extremos?

Quanto à média, não se podem nunca perder de vista os desvios individuais em relação a ela. Se três amigos bebem em média cinco cervejas durante a noite, já faz uma grande diferença se todos eles bebem a mesma quantidade ou se um só bebe 15 cervejas e os outros dois nada. E há também os casos, nos quais a média não é nada interessante. Quem quer saber qual foi a média dos atletas nas corridas dos 100 metros durante as últimas olimpíadas? O importante aqui são os valores extremos.

Interview: Martin Orth

© www.deutschland.de

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