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Não podemos esquecer

Por que os jovens promovem a cultura da lembrança na Alemanha? Dois voluntários internacionais relatam.

06.11.2020
Lukas Pils diante do Museu Judaico de Berlim.
Lukas Pils diante do Museu Judaico de Berlim. © privat

 “Quando meu avô era soldado e foi obrigado a ir para a guerra pela Alemanha, ele tinha 18 anos de idade, um ano menos do que eu hoje. Depois, ele nunca contou nada sobre aquele tempo e sobre o que aconteceu lá. Seu silêncio foi um dos motivos, pelos quais lutei para que o Holocausto não pudesse mais ser esquecido. Os jovens precisam das gerações mais velhas, para que eles possam se recordar. Em alguns anos, nós seremos essa geração mais velha. Na escola, tive muitas vezes a impressão de que meus colgas de classe não se interessavam por esse tema.

Somente se lidarmos emocionalmente com o Holocausto poderemos evitar a violência, a marginalização e o racismo.
Lukas Pils, serviço de recordação no Museu Judaico de Berlim

Através da associação Serviço Estrangeiro Austríaco, estou trabalhando, por dez meses, no Museu Judaico de Berlim, para ajudar e encorajar outras pessoas a se ocuparem com a lembrança, pois é perigoso perder a conexão com a história. Somente se lidarmos emocionalmente com o Holocausto poderemos evitar a violência, a marginalização e o racismo”.
Lukas Pils, 19 anos, da Áustria, dedica-se ao serviço de recordação no Museu Judaico de Berlim.  

 

Yana Alimova na Alemanha.
Yana Alimova na Alemanha. © privat

“Já há um ano, estou trabalhando como voluntária no Memorial Buchenwald, mais precisamente, no arquivo do chamado “Speziallager 2” (Campo especial 2). Ele tem uma história bem particular que também está ligada pessoalmente com a minha família. Até 1945, Buchenwald fora um campo de concentração dos nazistas, onde mais de 56 mil pessoas morreram. Depois de 1945, a administração militar soviética passou a usar o “Speziallager 2”. O irmão da minha bisavó, que era soldado soviético, tinha ficado preso nesse campo de concentração. Não sabemos o que aconteceu com ele. Provavelmente, ele morreu em um campo externo de Buchenwald. Essa incerteza nos toca a nós e a muitas outras famílias. 

Acho que meu trabalho não somente tem sentido, mas é também necessário.
Yana Alimova, voluntária no Memorial Buchenwald

O que me motivou a trabalhar como voluntária aqui em Buchenwald foi o fato de poder ajudar outras famílias a ficar sabendo mais sobre o destino dos seus familiares. Para tanto, este memorial é o lugar perfeito. Não consigo entender porque as pessoas me perguntam se o meu trabalho não me faz ficar triste. Algumas delas me aconselham a procurar um serviço “mais agradável”, como em atividades sociais. Mas o que eu sinto é muito diferente. Meu trabalho não somente tem sentido, mas é também necessário. Ocupar-se com essa história é extremamente importante para a nossa sociedade. Muitas pessoas trabalham aqui com muita dedicação, o que me mostra que podemos superar aquela época e construir um mundo melhor”.
Yana Alimova, 26 anos, da Ucrânia, trabalha como voluntária no Memorial Buchenwald, através da Action Reconciliation/Service for Peace e acaba de prolongar o seu tempo de trabalho por seis meses. Em seguida, ela pretende estudar Pesquisa de Paz e Conflito.

Protocolo: Sarah Kanning

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