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“O único caminho para sobreviver”

Situação precária de vida, perda da identidade: a pesquisadora Kira Vinke conhece as aflições dos migrantes do clima através de conversas pessoais.

20.02.2020
Kira Vinke, do Instituto de Pesquisa de Impacto Climático de Potsdam (PIK)
Kira Vinke, do Instituto de Pesquisa de Impacto Climático de Potsdam (PIK) © picture alliance / dpa

Sra. Vinke, a senhora conversou com pessoas das Ilhas Marshall e de Bangladesh, cujas regiões tornaram-se inabitáveis em virtude da mudança do clima. O que a senhora se propunha a estudar?

Eu quis saber sobretudo, se a migração é uma adaptação efetiva à mudança do clima. Cada vez mais pesquisadores afirmam: as pessoas migram, a fim de adaptar-se à mudança do clima. Contudo, esse processo frequentemente não transcorre de maneira efetiva: os atingidos fogem rapidamente da sua região natal – em virtude, por exemplo, de um ciclone – e acabam em difíceis condições de vida.

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O que significa isso, por exemplo, com relação às Ilhas Marshall?

As pessoas das Ilhas Marshall da periferia fogem para a ilha principal, Majuro, que já está densamente povoada. Muitos emigram para os EUA e trabalham lá, por exemplo, em empresas avícolas. Essas pessoas são fortemente ligadas com o seu país, sua comunidade e idioma. Que não possam mais viver na sua terra natal, isso significa para elas uma grande tragédia e uma clara perda da identidade própria.

Qual é o resultado disso?

A migração é a única maneira de sobreviver para essas pessoas, mas ela também deve conduzir a uma melhor situação de vida. Os migrantes das Ilhas Marshall não são os causadores da mudança climática – a responsabilidade disso é dos países industrializados. Assim, a questão é como se pode possibilitar aos atingidos uma emigração com dignidade ou fazer com que possam permanecer por mais tempo na sua terra natal.

Importante é para mim, sobretudo: quais são as consequências para o ser humano?
Kira Vinke, pesquisadora no Instituto de Pesquisa de Impacto Climático de Potsdam

A senhora é cientista política, e não “pesquisadora do clima” no sentido tradicional. Essa perspectiva falta no debate climático?

Não se pode responder às grandes questões a partir de apenas uma única perspectiva. Importante é para mim, sobretudo: quais são as consequências para o ser humano? Eu tive o privilégio de conversar com muitos migrantes de vários países. Isso significa para mim uma responsabilidade de difundir as suas histórias.

Kira Vinke chefia no Instituto de Pesquisa de Impacto Climático de Potsdam (PIK) um grupo interdisciplinar de projeto sobre a migração climática, que pesquisa na Tanzânia, Índia e Peru, entre outros. Além disso, ela é copresidente do Conselho de Prevenção Civil de Crises e Fomento da Paz do governo federal alemão.

Entrevista: Helen Sibum

© www.deutschland.de

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