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Um primeiro refúgio

A ajuda à Ucrânia tem muitos aspectos: em Frankfurt, uma empresa alugou um hotel para os refugiados. Fizemos uma visita lá. 

Lauralie Mylène Schweiger, 14.04.2022
Cidadãos de Frankfurt fizeram grandes doações para a sala de jogos
Cidadãos de Frankfurt fizeram grandes doações para a sala de jogos © WISAG-Stiftung

Juliia Suleymanova e seus dois filhos tiveram um dia de fuga da Ucrânia. Durante horas eles esperaram em Dnipro pelo trem para o oeste, no qual finalmente se apertaram. Não havia mais espaço para bagagem, “nós a jogamos fora”, diz a mulher ucraniana. Ela perdeu um de seus filhos na confusão. Estava apavorada, diz Suleymanova, até descobri-lo com uma amiga em outro vagão. A lembrança da viagem é quase insuportável: durante dias ela não dormiu e esperou sem água nos trens apinhados de gente. Há apenas algumas semanas, ela ainda trabalhava no Ministério da Construção na Ucrânia e no meio de uma vida normal. Agora Suleymanova é um dos 400 refugiados ucranianos que foram acomodados num antigo hotel de feira em Frankfurt. Em meados de março, as mulheres e crianças mudaram-se para a casa, que a empresa de serviços Wisag alugou e opera agora juntamente com sua fundação de ajuda às crianças KiWIS. Todos os quartos estão ocupados. Até quatro pessoas são acomodadas em quartos de casal, dependendo do grau de parentesco e da idade das crianças.

Vizinhos alemães ajudam os refugiados

“É excepcionalmente alto o desejo de ajudar”, observa a Dra. Annette Gümbel, diretora administrativa da fundação KiWIS. O bairro da cidade quer ajudar onde puder: na área de entrada, há avisos de pais que organizam encontros de futebol. Doações materiais acumulam-se na antiga área de balneário do hotel. Ao lado, está uma sala de jogos para as crianças. “Foi muito lindo – uma criança de Frankfurt escreveu uma carta, amarrou-a a um animal de pelúcia e a entregou aqui pessoalmente”, diz a assessora de imprensa da Wisag, Jana Eggert. Até mesmo livros ucranianos foram doados, mas também jogos de tabuleiro, papel e canetas. “Uma mãe que tinha fugido era professora de arte na Ucrânia”, diz Eggert, “e ela dá aulas de pintura aqui”. Um filme infantil será exibido em breve com o “beamer”, que até agora só foi usado provavelmente para apresentações comerciais. Gümbel relata sobre crianças que frequentam aulas on-line. Alguns de seus professores ainda estão na Ucrânia.

 

O prédio da Wisag no centro de feiras de Frankfurt
O prédio da Wisag no centro de feiras de Frankfurt © WISAG-Stiftung

Refugiados gostariam de trabalhar

O desejo de fazer algo, de trabalhar, é grande para muitos refugiados: Suleymanova sente falta do seu trabalho em Dnipro, que a levou para muitos lugares ao redor do mundo. Ainda assim: “Eu só quero ir para casa”, diz ela. Agora a guerra na Ucrânia força a que ela esteja em Frankfurt e ela ainda não tem emprego. Ela não é a única, diz Gümbel, "as mulheres perguntam todos os dias quando podem trabalhar". Em todo caso, Suleymanova começou imediatamente a aprender alemão através de cursos de idiomas on-line. Isso facilita seus próximos passos junto às repartições públicas. Em busca de trabalho. Morando num hotel de Frankfurt, que é o primeiro alojamento na Alemanha para ela e muitos outros.

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