Uma viagem culinária pela Alemanha
Da salsicha branca até o pepino do Spreewald: nós levamos vocês numa excursão aos destaques da cozinha alemã típica.
Baden-Württemberg
Maultasche suábia
Quem visita Baden-Württemberg, pode alegrar-se com uma grande variedade de iguarias regionais, da torta de cebola até ao clássico bolo de cereja da Floresta Negra. Acima de tudo: a Maultasche suábia. Ela tem um papel especial na cozinha de Baden-Württemberg. Como componente de uma sopa clara ou frita numa frigideira e servida com cebolas fritas: em Baden-Württemberg ninguém pode ignorar a Maultasche.
Baviera
Salsicha branca com Bretzeln
Salsicha, Bretzel e cerveja no desjejum matinal: isso só existe na Baviera. Uma coisa também não pode faltar: mostarda doce. Tradicionalmente, os bávaros não comem a sua salsicha branca com faca e garfo. Quem desejar comê-la à maneira dos bávaros, tem que “zuzeln”.
“Zuzeln” significa sugar ou chupar. Para isso, corta-se uma ponta da salsicha branca para poder simplesmente sugar o recheio. Isso parece estranho, mas deve ser experimentado de qualquer forma num desjejum com salsicha branca.
Berlim
Currywurst
70 milhões – isso é o número de “Currywürste” que os berlinenses comem todos os anos. No total, os alemães consomem até mesmo cerca de 800 milhões de “Currywürste” no período de um ano. Não é de se admirar pois que o prato composto de salsicha grelhada, molho de caril (“Curry”) e pó de caril tenha um lugar fixo na cozinha alemã desde a década de 1950. A propósito, ela foi inventada pela berlinense Herta Heuwer em 1949.
Brandemburgo
Pepino do Spreewald
O pepino faz parte do Spreewald, como o Breakfast Tea da Inglaterra. Os crocantes pepinos em conserva são entretanto conhecidos em todo o mundo. Na Alemanha, o Spreewald fica apenas no segundo lugar entre as regiões produtoras de pepino, depois da Baixa Baviera, mas os pepinos do Spreewald têm um status de cult. Por essa razão, o nome “Spreewald-Gurke” é também uma denominação protegida pela UE, que não pode ser usada para nenhum outro pepino em conserva.
Bremen
Couve e salsicha Pinkel
IEm saladas e nos “smoothies” verdes, a couve está passando por uma redescoberta mundial como superalimento há alguns anos. Mas o que o mundo tardou a descobrir, os habitantes de Bremen já sabiam há muito: a couve-de-folhas, lá chamada apenas de couve ou de “couve parda”, não apenas é muito saudável, mas também muito saborosa. Principalmente quando servida junto com as salsichas defumadas chamadas de Pinkel.
Hamburgo
Labskaus
Quem navega pelos mares precisa de refeições fortes e revigorantes. Um prato consistente como o Labskaus é então perfeito. Por isso, o pot-pourri de diversos ingredientes só é encontrado Norte da Alemanha. A mistura de “corned beef” e purê de batata é servida tradicionalmente com “rollmops” (arenque em conserva com recheio), ovo frito, pepino em conserva e beterraba. A combinação ousada pode parecer inicialmente estranha, mas é surpreendentemente saborosa. E também pode ser comida fria durante uma tempestade marítima.
Hessen
Molho verde
Ele é composto de sete ervas e pode ser encontrado em toda gastronomia tradicional de Frankfurt: o “Grie Soss” (molho verde). Os habitantes de Frankfurt o consomem com batatas ou também com bife à milanesa ou ovos cozidos. Sua base é constituída das ervas: cebolinha, borragem, pimpinela, antrisco, azedinha, salsa e mastruço.
Supostamente o molho refrescante era o predileto de Johann Wolfgang von Goethe. Pelo menos se se pode confiar na informação dos pacotinhos brancos de ervas que são vendidos nas bancas de mercado de Frankfurt. Neles está impressa a receita para o “legítimo molho verde de Frankfurt – o predileto de Goethe”.
Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental
Filé de Matjes
Originalmente, o Matjes vem dos Países Baixos. A partir do século 16, ele se tornou cada vez mais apreciado também na Alemanha. O Matjes é um arenque, pescado entre maio e julho. Pois então os peixes já criaram uma espessa capa de gordura, o que torna os filés de Matjes especialmente delicados. Os alemães do Norte gostam de apreciá-lo sobretudo com batata cozida e molho cremoso ou como um clássico sanduíche de peixe.
Baixa Saxônia
Smoortaal
Na Baixa Saxônia, é praticamente impossível fugir das enguias. Sobretudo defumada, com a denominação de Smoortaal, o peixe que está entretanto cada vez mais raro é uma iguaria apreciada. Os habitantes da Baixa Saxônia o consomem de diferentes maneiras: ou puro com pão e manteiga ou acompanhado de guarnições como macarrão ou salada de batatas. Mas sempre vale a premissa: a enguia defumada é comida com as mãos. Depois da refeição, os baixos-saxões lavam suas mãos com aguardente de trigo – então elas não cheiram mais a peixe.
Renânia do Norte-Vestfália
Himmel und Äd
O céu e a terra ligados entre si num prato saboroso e rústico: isso é o que lhes espera com “Himmel und Äd”. A parte celestial do prato refere-se ao purê de maçãs, uma vez que as maçãs crescem no alto das árvores. A terra (“Äd”) é simboliza pela batata – o componente principal do prato. Isso é servido na Renânia do Norte-Vestfália com o acompanhamento de chouriço ou patê de fígado e cebolas assadas.
Renânia Palatinado
Saumagen do Palatinado
Esse prato tem o nome menos apetitoso de todos: Saumagen (estômago de porco) do Palatinado. O nome é programático. Uma mistura de batata, carne de porco, toucinho e recheio de salsicha é posta num estômago de porco. Não soa inicialmente como apetitoso, mas quando servido é delicioso. Depois que o estômago de porco recheado cozinhou 3 horas em fogo brando, ele é cortado em fatias finas, que são então fritas e depois servidas com purê de batata e chucrute.
Sarre
Dibbelabbes
Dibbelabbes, Dibbelappes, Dibbekoche, Döppekooche, Dippedotz ou Döbbekuchen: há muitas denominações para o bolo de panela do Sarre. À semelhança das panquecas de batata, os habitantes do Sarre assam uma massa de batatas raladas, verduras e bacon na frigideira, virando-a constantemente. O Dibbelabbes é sempre rasgado em pedaços, antes de ser posto no forno por algum tempo. A iguaria rústica é servida depois com compota de maçãs ou salada de endívia.
Saxônia
Pão natalino de Dresden
BAmanteigado, doce e recheado com uvas-passas e pedacinhos de laranjas e limões cristalizados: esse é o Christstollen, o pão natalino de Dresden, ao lado do pão de mel, a especialidade natalina alemã por excelência. Mas não se pode falar de grande deleite natalino no que diz respeito à sua invenção. No século 15, ele foi produzido como pão para a época de jejum, com farinha de trigo, fermento e água. Somente no século 17 é que ele se tornou conhecido como um pão natalino. A partir de 1670, ele foi produzido – então já enriquecido com outros ingredientes como leite e manteiga – pelos padeiros de Dresden como presente de Natal para os governantes.
Saxônia-Anhalt
Queijo do Harz
Ele é pequeno, redondo, um pouco grudento e cheira muito forte: o queijo do Harz. Ele é muito apreciado sobretudo por pessoas que desejam emagrecer alguns quilos. Tem um teor de gordura de menos de um por cento e, apesar disso, tem um sabor inacreditavelmente picante. Diferentemente do “Spreewald-Gurke”, a denominação do “Harzer Käse” não foi resguardada e hoje ele é produzido quase exclusivamente fora do Harz. Na própria região, somente alguns pequenos laticínios ainda produzem o queijo típico.
Schleswig-Holstein
Pera, vagem e toucinho
Barato, simples e regional: são as peras, vagens e toucinhos em Schleswig-Holstein. O prato não pode ganhar pontos por denominação criativa, mas pelo sabor sim. A combinação típica de doce e picante do Norte alemão, também é chamada de “Broken sööt” em Schleswig-Holstein, isto é, “doce quebrado”.
Turíngia
Salsicha grelhada da Turíngia
As salsichas alemãs são conhecidas e apreciadas. Um papel especialmente importante na salsicharia alemã é desempenhado pela Thüringer Rostbratwurst, a salsicha grelhada da Turíngia. Ela tem entre 15 e 20 cm. de comprimento e um diâmetro de 2 cm. Desde 2003, ela está protegida pela denominação geográfica através da Comissão da UE. Desde então, só pode chamar-se Thüringer Rostbratwurst a salsicha realmente produzida na Turíngia.
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